O horário político obrigatório no rádio e na TV apresenta aos eleitores propagandas bizarras de candidatos com as mais inusitadas propostas de campanha. Porém, não são apenas as propostas que são incomuns, mas também os nomes adotados pelos candidatos, e seus figurinos.
Em Pernambuco, um candidato a deputado estadual filiado ao Partido da Mobilização Nacional (PMN) e que se apresenta como Jesus, usa o sugestivo número 33.333 para pedir votos aos eleitores.
Se eleito, Jesus quer lutar “contra as regalias políticas e pela paz em Pernambuco”. Apesar do figurino alusivo às representações mais comuns de Jesus Cristo na cultura ocidental, o candidato não menciona versículos bíblicos ou qualquer ligação com uma denominação cristã em sua propaganda. Assista:
Voto de protesto
Se eleito, Jesus poderá integrar a categoria a que pertence o deputado federal e candidato à reeleição Tiririca (PR-SP), como representante dos eleitores que, cansados da falta de seriedade nos políticos que ocupam mandatos eletivos, resolvem “chutar o balde” na hora do voto.
O próprio Tiririca não esconde que sua proposta é justamente essa: “Tá de saco cheio da política? Vote no Tiririca”, diz seu slogan de campanha. Em 2010, Tiririca atraiu 1,3 milhão de votos e se tornou o deputado federal mais votado do país naquele pleito, e o segundo mais votado da história, ficando atrás apenas do falecido Enéias Carneiro, do extinto PRONA, que obteve 1,5 milhão de votos em 2002.
Tradição bizarra
Os evangélicos estão se especializando em apresentar candidatos pouco ortodoxos nas campanhas eleitorais. Na última eleição municipal, em 2012, um candidato a vereador em Natal (RN) se apresentou como “Rambo”, e usou o visual do personagem consagrado pelo ator Sylvester Stallone nos cinemas.
“Que seja feita a vontade de Deus, e não a nossa. Só vitória em Cristo!”, dizia o candidato. Portando uma arma de brinquedo, afirmava que iria usar o “basucão no mensalão” para acabar com a corrupção. Assista: