O ex-presidente norte americano Jimmy Carter lançou recentemente seu mais novo livro. Intitulado “A Call to Action – Women, Religion, Violence and Power” (“Um chamado à ação – Mulheres, Religião, Violência e Poder”, em tradução livre), a obra fala de agressão às mulheres, racismo, republicanos e da atração fatal dos EUA pela guerra.
Em uma entrevista sobre o livro, concedida a David Daley, no Salon, Carter falou sobre o livro, destacando principalmente os direitos das mulheres. Na conversa com o jornalista, o ex-presidente comentou sobre líderes religiosos que utilizam textos sagrados para encorajar a submissão e opressão das mulheres e ressaltou o fato de universidades americanas e até mesmo setores militares do país desencorajarem denúncias de estupros, de forma que acabam por acobertar casos de violência sexual.
Em um trecho da entrevista, Jimmy Carter fala diretamente sobre o fato de líderes cristãos interpretarem textos da Bíblia de forma encontrar justificativas para oprimir as mulheres. Ele explica que textos soltos podem, sim, levar a essa interpretação, mas que tal visão não se sustenta quando olhamos para os ensinamentos de Jesus.
– Eles realmente encontram esses versículos na Bíblia. Como sabe, se percorrer o Novo Testamento, o que faço todos os domingos, posso encontrar versículos escritos por Paulo que dizem às mulheres que não deveriam falar na igreja, não deveriam ir enfeitadas à igreja, e assim por diante. Mas também encontro versículos do mesmo Paulo dizendo que todas as pessoas são iguais aos olhos de Deus – explica Carter, ressaltando que “não há diferença entre pessoas aos olhos de Deus”.
– Portanto, é possível encontrar versículos de vários lados, mas no que trata de Jesus Cristo, ele era unanimemente e sempre o campeão dos direitos das mulheres. Na verdade, ele foi o mais destacado defensor dos direitos humanos que viveu em seu tempo e acho que não houve ninguém mais comprometido com esse ideal do que ele – completou o ex-presidente.
Por Dan Martins, para o Gospel+