O pastor Silas Malafaia concedeu uma entrevista falando sobre sua visão a respeito da militância LGBT no Brasil e afirmou que existe uma manipulação de números e argumentos em defesa da prática homossexual.
Ao jornal Folha de São Paulo, chamou os ativistas gays de “malandros” e disse que a maioria das mortes de homossexuais é resultado de desavença entre eles.
“50 mil pessoas foram assassinadas no Brasil, 260 são gays. Mais do que gays, foram mulheres, crianças, negros. Um homossexual pode ser assassinado por homofobia, por briga de amor e por assalto. Os malandros ativistas pegam todo este número para inflar. Se um hetero ganha um soco e um homossexual ganha um soco, a lei deve ser igual pra todos”, afirmou.
Sua teoria a respeito da escolha pela homossexualidade aponta para um estímulo na infância: “Perto de 50% dos homossexuais foram violados quando crianças ou adolescentes. É provado. Mas tem também os que são por opção. Se é estatística eu vou deitar. 66% das lésbicas e 70% e uns quebradinhos dos homens gays já se apaixonaram pelo sexo oposto […] Ninguém nasce homossexual. A criança quando nasce tem uma predisposição para herdar características biológicas do sexo que veio”, argumentou o pastor.
Malafaia aproveitou para, novamente, se posicionar radicalmente contra adoção de crianças por casais gays: “Eu acredito que uma criança deve ser criada por um homem e uma mulher. Eu não estou falando da minha crença, estou falando da civilização humana. Se querem inventar um novo paradigma para a sociedade humana, eu não sou obrigado. Eu não estou falando de religião. É um jogo. É uma ideologia para mudar o paradigma da sociedade”, criticou.
Questionado pela reportagem se existiria uma “conspiração gay” para mudar a sociedade e seus princípios, Malafaia respondeu que sim: “Existe uma ideologia e eu provo. Eles querem acabar com o dia dos pais e das mães, é o dia do cuidador. Então tem que acabar com o Natal por que tem criança que não ganha presente? Papo furado. Ideologia. É pra substituir, detonar a família tradicional. E eu tenho o direito de ser contra, porque ela perturba a sociedade”.
Aborto
Para o pastor Silas Malafaia, o argumento de que a legalização do aborto evitaria mortes de gestantes que optam pela clandestinidade é relativo: “É uma manipulação danada. Questão de saúde é a da mulher que aborta e que tem nove vezes mais propensão ao suicídio, onze vezes mais propensão a abortar novamente, quatro vezes mais propensão à internação psiquiátrica. Sabe o que é o aborto? Fruto da promiscuidade e da irresponsabilidade do ser humano. Sabe quem fala do aborto? Quem não foi abortado. Sabe a diferença entre você e o feto? O tempo e a nutrição. Isso é falácia. Vamos trabalhar no preventivo para ensinar meninas e rapazes”, propôs o pastor.
Crítica
A jornalista Morris Kachani, que entrevistou o pastor, comentou o encontro e as teses de Malafaia de maneira crítica, e afirmou que ele prega uma “guerra”.
“A impressão mais forte num embate de opinião com o pastor Silas Malafaia é de impotência, ele parte de um princípio que considera uma verdade absoluta, inquestionável, mas quando perguntado se podemos chamá-lo de fundamentalista sua resposta imediata é não. Seu discurso maniqueísta remete a uma guerra, de um lado os defensores do modelo judaico-cristão de sociedade com sua moral e a família como base, e do outro a esquerda demoníaca que inclui o grupo LGBT, que não mede esforços para o derrubar”, opinou Kachani.