A exploração do turismo religioso em Israel não é novidade, e uma trilha que percorre os trajetos feitos por Jesus na terra santa vem atraindo fiéis interessados em estar onde o Filho de Deus esteve.
Um jornalista brasileiro se aventurou a percorrer a chamada “trilha de Jesus”, que vem sendo feita desde 2007, quando viajantes traçaram um caminho que passa pelos mesmos locais visitados por Jesus nos deslocamentos de Nazaré a Cafarnaum.
“Jesus Cristo era mochileiro e, ademais, estava em boa forma. A ideia, quiçá profana, me acompanhou durante três dias -enquanto caminhava 60 quilômetros, escalando montanhas e cruzando rios secos na região da Galileia. Eu seguia o trajeto de Cristo entre Nazaré e Cafarnaum”, escreveu Diogo Bercito, repórter da Folha de S. Paulo.
O relato de Bercito explica que a trilha “é um trajeto por entre locais mencionados no Evangelho, com episódios relacionados a Jesus”, e passa, por exemplo, na praia de Tabgha, onde foi registrado o milagre da multiplicação de pães e peixes.
“Caminhei sozinho, com a mochila nas costas e carregando em meu Kindle uma versão comentada da Bíblia. Já em cima da primeira montanha, poucas horas depois de deixar Nazaré, pensei no preparo físico de Cristo. Porque o caminho não seria fácil”, confessa o jornalista.
No primeiro dia, Bercito diz ter iniciado a trilha às 07h00 e já no começo o trajeto se mostrava desafiador: “A caminhada seguiu por 460 longos degraus até o topo da montanha, de onde se via a paisagem. Destinos distantes. Mas o ponto final, Cafarnaum, não estava à vista. O cenário urbano logo ficou para trás. A estrada desceu a ribanceira, cruzou uma rodovia e me jogou no mato. Às 9h, cheguei às ruínas de Séforis, possível berço de Ana, avó de Jesus Cristo”, contou.
Ao final de três dias de trilha, o jornalista – que já havia sofrido com o intenso calor da região – começou a se aproximar do destino final, e cada vez mais com a certeza de que Jesus mantinha uma forma física atlética: “Andando nas margens do mar da Galileia, já não temia o calor. Larguei a mochila e mergulhei no lago. Então, um sorriso. Vi, atrás de um monte, a igreja da multiplicação dos peixes. Depois dela, uma placa para Cafarnaum. Mesmo sob a luz das 12h, os últimos quilômetros foram rápidos para mim. Apenas um arranhão na perna, causado por plantas espinhentas, e uma dor muscular generalizada me lembravam aquela primeira ideia: Jesus estava em forma”, concluiu.