O Paquistão é o quinto pior país do mundo em termos de perseguição religiosa, segundo a organização Portas Abertas, que anualmente publica uma lista contendo as 50 nações que mais promovem a intolerância religiosa no planeta.
As mulheres cristãs, em particular, são as que mais sofrem intolerância, visto que algumas são sequestradas ainda muito novas para casamentos forçados com homens muçulmanos, em sua maioria bem mais velhos.
Foi o que aconteceu com a jovem Huma Younus, de 15 anos. Ela foi sequestrada quando tinha 14 anos, em 10 de outubro de 2019, e foi obrigada a se casar com o muçulmano radical, Abdul Jabbar, além de ser forçada a “se converter” ao islamismo.
“Questionada pelo pai sobre se ela poderia sair da casa do sequestrador e retornar à casa dos pais, ela lhe disse que não tem permissão para sair de casa e que sua vida se tornou ainda mais difícil”, explicou Tabassum Yousaf, o advogado da família da jovem que lida com o caso.
“[Ela] agora está presa dentro das paredes de um quarto”, disse ele, segundo informações do Christian Post.
O advogado disse que a adolescente informou por telefone que estava grávida, após ter sido estuprada várias vezes por Jabbar. Considera-se aqui estupro, obviamente, pelo fato da garota ter sido sequestrada para um casamento forçado.
Não há outra definição, senão a barbárie do abuso sexual!
Os pais da menina declararam o casamento inválido e ilegal, por ela ser de menor. Mesmo assim, Huma informou que o irmão do seu “marido” trabalha nas Forças de Segurança paquistanesas (Rangers), e ameaçou seus pais, caso eles intervissem.
“Este homem entrou em contato com os pais de Huma por meio de videochamadas e os ameaçou diretamente, mostrando suas armas e dizendo que os mataria se fossem procurar sua filha”, disse Yousaf.
“Esse mesmo homem, Mukhtiar, acrescentou em mensagens de áudio que, mesmo que todos os cristãos se unissem para trazer Huma de volta, ele mataria os pais dela e qualquer um que tentasse ajudá-los”, completou.
O sequestro da jovem cristã foi levado para o judiciário, mas Yousaf disse que como a família faz parte de uma minoria religiosa, normalmente esses casos são bastante lentos, pelo fato do Paquistão ser predominantemente muçulmano.
“A justiça atrasada é a justiça negada, portanto, todo atraso no julgamento da defesa dos direitos das minorias religiosas representa uma negação desses direitos”, disse Yousaf. “O tribunal adiou e continua adiando a justiça em nome de Huma, apenas porque ela é uma garota cristã menor de idade”.