Os desdobramentos da perseguição religiosa em vários países do mundo, especialmente aos cristãos, assumem contornos aterrorizantes com tamanha brutalidade. A Índia, país onde o hinduísmo é a religião majoritária, também presente na política através de partidos nacionalistas, desponta na lista dos lugares onde mais se persegue cristãos no planeta, ocupando a 11ª posição do ranking mundial, segundo informações da organização Portas Abertas.
Esta semana ganhou destaque na mídia internacional mais um caso suspeito de ser fruto da intolerância religiosa promovida por radicais hindus. Se trata de uma jovem cristã chamada Ashani, encontrada morta pendurada em uma árvore, com sinais de violência sexual.
Antes da sua morte, Ashani conheceu um jovem hindu. Apesar de ser de família cristã, devido à falta de homens cristãos e a cultura local incentivar o casamento cedo das garotas, aos 19 anos Ashani acreditou que estava na hora de se casar e pediu autorização dos pais.
“Encontrar um marido cristão aqui é difícil. É por isso que os pais dela cederam ao desejo dela. Não podemos questionar agora, seria desrespeitoso”, disse um cristão local ao comentar o caso. “Muitas meninas na Índia se casam mais jovens”, explicou.
A família disse que antes da autorização para o casamento, avisaram ao jovem hindu que a Ashani era cristã e que deveria ser respeitada. Todavia, apenas 42 horas depois de confirmarem o noivado a jovem foi encontrada morta.
No dia 12 de março, pela manhã, a família percebeu que Ashani estava desaparecida. Eles procuraram a jovem e encontraram o seu corpo pendurado em uma árvore.
A mãe da garota foi impedida de ver a cena do crime. Autoridades locais disseram que ela cometeu suicídio, mas a família contesta, alegando que testemunhas afirmaram ter ouvido a jovem gritando por socorro enquanto era perseguida por um grupo de homens. O próprio noivo da jovem teria participado do crime, disseram os informantes.
“A família está muito assustada, eles têm mais quatro filhas e não estão seguros. Ninguém quer testemunhar e a polícia não está ajudando”, disse um informante local, segundo a Portas Abertas.