A comunidade internacional de cristãos, líderes evangélicos e organizações que lutam em prol da liberdade religiosa no mundo inteiro recebeu uma dura notícia poucas horas atrás. O tribunal turco decidiu manter a prisão do pastor americano Andrew Brunson, após novo julgamento realizado no dia 7 de maio de 2018.
Localizado na província do mar Egeu de Izmir, o corpo de juízes decidiu manter Brunson na cadeia até a próxima audiência em 18 de julho, obrigando o líder religioso à permanecer em uma cela lotada, onde está sofrendo com falta de recursos, medicamentos e com a hostilidade dos outros presos que debocham da sua fé em Jesus Cristo.
O pastor atua como missionário há 23 anos na Turquia e esperava receber a sua cidadania em 2016, mas foi acusado subitamente de colaborar com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e a rede do pregador islâmico Fethullah Gülen, conhecido pelas autoridades como a Organização Terrorista Fethullah (FETÖ), supostamente para derrubar o governo do ditador Recep Tayyip Erdoğan.
Todavia, nenhuma prova foi encontrada contra Brunson, apenas acusações baseadas em supostas “testemunhas secretas”, que a defesa do pastor acredita ter sido articulada para mantê-lo preso por motivação religiosa, tendo em vista o crescimento do radicalismo islâmico na Turquia, país cujo governo oficial é muçulmano.
Durante o julgamento desta segunda, Brunson, que liderou por duas décadas a igreja chamada “Yeniden Diriliş” (ressurreição), negou todas às acusações.
“Eu não aceito as acusações. Gostaria de dizer abertamente e de forma clara que o PKK é uma organização terrorista… não apoio nenhum grupo curdo que exerça actividades terroristas contra a Turquia. Se fôssemos simpatizantes do PKK, os turcos não ficariam em nossa igreja ”, disse ele, afirmando que “nunca permitiu a política na igreja”.
“Nunca tive vergonha de ser um servidor de Jesus”
O pastor Andrew Brunson continuou argumentando em sua defesa, aproveitando para declarar sua fé em Jesus Cristo diante de todo o tribunal:
“Meu serviço que passei a vida agora virou de cabeça para baixo. Eu nunca tive vergonha de ser um servidor de Jesus, mas essas afirmações são vergonhosas e repugnantes … O que mais devo dizer? Quero voltar para minha casa”, disse ele, pedindo sua libertação, segundo informações do Daily News.
O pastor e sua defesa agora terão que aguardar uma nova audiência, marcada para 18 de julho, o que certamente será outra longa jornada de pressões psicológicas e espirituais sobre a vida do pastor e seus familiares.