Popularmente conhecido como o “Moro carioca”, em referência a Sérgio Moro, o juiz federal Marcelo da Costa Bretas além de ter ganho fama por ter ordenado a prisão do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, e o empresário Eike Batista, também é reconhecido por sua postura firme e religiosa, já tendo afirmado que o principal livro da vara onde sentencia é a Bíblia.
Nascido na Baixada Fluminense, aos 28 anos já atuava como juiz na 13ª Vara Federal no Rio , em 1998, onde passou a ser conhecido pela seriedade e descrição nos julgamentos. Atualmente na 7ª Vara Criminal, o magistrado coordena o braço da Lava Jato no Rio de Janeiro e já cuidou de casos envolvendo políticos como Anthony Garotinho e Sérgio Cabral, ambos com prisão decretada.
Irmão de um pastor, com 46 anos, casado e dois filhos adolescentes, Marcelo Bretas frequenta a Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul e chegou a ser cotado para assumir a vaga do falecido Ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki.
Segundo matéria publicada no jornal Estadão, Marcelo Bretas solicitou recentemente ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, escolta armada e um carro blindado, devido a “situações suspeitas”. Sua maior confiança, todavia, está na Bíblia que carrega e fica ao alcance da sua mão sobre a mesa do gabinete.
“No dia em que ele chegou, tirou a Bíblia da pasta e disse: esse é o principal livro dessa vara”, contou Fernando Pombal, diretor de secretaria da 7ª Vara, em publicação no jornal Folha de São Paulo, acrescentando que “é o que guia o espírito e a inteligência dele.”.
Marcelo Bretas não é o único a chamar atenção na operação Lava Jato por ser evangélico e fazer referência a termos bíblicos. O Procurador Dallagnol, que é evangélico e membro da Igreja Batista do Bacacheri, em Curitiba, também é alvo de elogios e críticas.
Recentemente, o cantor André Valadão precisou dar uma “bronca” nos membros da sua igreja por terem se manifestado durante a participação do procurador em um culto.
Em todo caso, apesar de ter a Bíblia como referência de fé, o juiz Bretas deixa claro que seu trabalho é isento de julgamentos de caráter religioso, muito embora testemunhe que além da legislação brasileira, o código que mais lhe chama atenção é a Lei revelada por Deus.