O inquérito aberto para investigar a conduta do pastor Davi Passamani, que teria cometido importunação sexual contra uma jovem que frequentava a igreja A Casa, em Goiânia (GO), foi arquivado pela Justiça do estado.
A determinação de arquivamento do inquérito policial pela Justiça foi informada pelo advogado de Passamani, Wilson Carlos de Almeida Júnior. A denúncia contra o pastor foi feita pela veterinária Gabriela Palhano, que frequentava A Casa.
O juiz Luís Henrique Lins Galvão de Lima atendeu ao requerimento do Ministério Público, que se posicionou pelo arquivamento do inquérito, e segundo o advogado Almeida Júnior, isso se deu porque as provas apresentadas “não têm relevância para fins penais”.
“O Ministério Público, ao analisar as provas levadas pela senhorita Gabriela Palhano, entendeu que não houve crime algum. Assim como a autoridade policial o havia feito dias atrás”, resumiu Almeida Júnior. O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) informou que o caso corre em sigilo e, por isto, não pode repassar informações que confirmem ou neguem o relato do advogado.
A denúncia contra Davi Passamani, inicialmente, foi feita através das redes sociais, com um extenso relato da jovem a respeito da conduta inapropriada do pastor e cantor. No texto, ela dizia que a abordagem foi feita pelo líder evangélico após ele contar que tinha tido um sonho com ela e que queria sentir como seria seu beijo.
A veterinária classificou o episódio como “horrível e nojento”, e declarou ao portal G1 carregar consigo o sentimento de “indignação, tristeza e decepção” com a decisão da Justiça. A defesa dela disse que vai recorrer do arquivamento.
Na mesma linha, a advogada de Gabriela, Taísa Steter, disse que ainda não foi notificada do arquivamento do inquérito, mas pontuou que a “ausência de justa causa não significava que a violência contra a dignidade sexual não tenha acontecido”, e dessa forma, vai “juntar novas provas no processo” para entrar com recurso tão logo seja notificada oficialmente pela Justiça sobre o arquivamento.
Na visão de Taísa, o pastor “confessou a prática delituosa no vídeo” que publicou nas redes sociais. Na ocasião, Davi Passamani admitiu ter cometido um erro de conduta, mas negou a prática de crime e afirmou estar “com muita vergonha de todos” porque seu nome estava “em todas as redes mundiais com um crime que não cometeu”.
Em contraponto, o advogado de Davi Passamani afirmou ainda que vai buscar uma reparação no caso e que a família do pastor estuda entrar com uma ação por danos morais contra a veterinária.
Almeida Júnior, que também representa a igreja, disse que o pastor já havia pedido afastamento de suas funções eclesiásticas antes da denúncia, por problemas pessoais, e que agora, com o arquivamento do caso, a abertura para seu retorno às funções no ministério está estabelecida.
O advogado também compreende que o pastor cometeu uma falha, mas o defendeu: “Houve um erro. Ele admitiu no vídeo que ele gravou, ele, como homem. Mas não houve um crime. Da parte da igreja, o Conselho Pastoral está sempre atento a todos os pastores e sempre cuidando da forma eclesiástica, que é diferente da jurídica”, salientou.