O Tribunal Regional Federal (TRF) indeferiu no dia 23 de julho o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para antecipar a anulação parcial da Resolução do Conselho Federal de psicologia (CFP) nº 001/99, que impede que profissionais a psicologia atuem em tratamentos para a homossexualidade.
Ao ingressar com a ação, o MPF afirmou defender o direito dos homossexuais de, por conta própria, procurarem a ajuda de um profissional. De acordo com o Ministério Público, o CFP não pode impor uma medida que, no seu entendimento, afeta a dignidade da pessoa humana e a liberdade de manifestação de pensamento.
De acordo com o Terra, o procurador Vinicius Panetto afirmou que a ação do MPF não tem a intenção de liberar ou afirmar que existe a “cura gay”, mas sim de defender o direito dos homossexuais de procurar ajuda caso se sintam desconfortáveis com sua sexualidade.
– Não cabe ao MPF definir se existe, ou não, a ‘cura gay’. Mas se um homossexual se apaixonar por uma pessoa de outro sexo e achar que precisa ir ao psicólogo para ter orientações, o profissional não pode negar ajuda – justificou Panetto.
A decisão do TRF foi comemorada pelo deputado federal e ativista gay Jean Wyllys (PSOL/RJ), que afirma que a ação do MPF utilizava a bandeira do “direito à assistência Psicológica”, para tentar transformar novamente a homossexualidade em doença.
Em nota, o deputado afirma que a decisão reforçou a autonomia do CFP. Ele criticou também o Projeto de Decreto Legislativo 234/11, que tem o mesmo objetivo da ação rejeitada pelo TRF.
– O Projeto de Decreto Legislativo em tramitação na Câmara dos Deputados trata-se de uma aberração à legalidade, fruto da clara intenção de desqualificar a comunidade LGBT para rebaixar seus pleitos a meros “devaneios”, em um momento em que os direitos LGBT estão sendo reconhecidos – diz texto publicado no site de Wyllys, que afirma ainda que possíveis distúrbios psicológicos presentes nos homossexuais são frutos da cultura homofóbica instalada no país.
– O que é preciso é assumir para si o seu desejo, sair da vergonha para o orgulho e não reforçar esta egodistonia por meio de discursos com fundo religioso. Só assim vai acabar o sofrimento – conclui o deputado.
Redação Gospel+