Fora do Brasil, os cristãos têm visto a ideologia de gênero como uma séria ameaça ao direito dos pais sobre a edução de seus filhos, e um caso recente mostra até onde pode ir essa situação: a Justiça retirou a guarda dos pais de uma adolescente de 17 anos que deseja se submeter a um tratamento hormonal por se enxergar como um menino.
O caso foi registrado no condado de Hamilton, em Ohio (EUA) e veio à tona após a juíza Sylvia Hendon, do Tribunal Juvenil, acatar o pedido da adolescente para obter autorização de tratamento, mesmo contra a vontade dos pais.
De acordo com informações do portal The Christian Post, a juíza Hendon retirou a guarda dos pais e concedeu aos avós, que segundo um promotor que acompanhou o caso, “aceitam o neto como ele é” e apoiam seu desejo de mudar de gênero.
Com a decisão da juíza, os avós podem ir adiante com a petição para mudar o nome da adolescente no Tribunal de Sucessões, além de se tornarem responsáveis pelas futuras decisões médicas relacionadas à jovem.
O imbróglio começou em novembro de 2016 após a adolescente ter ligado de um telefone público para a emergência acusando um dos pais de tê-la sugerido que se matasse e obrigado-a ouvir mensagens bíblicas por mais de seis horas. A acusação, no entanto, foi descrita como falsa pela advogada dos pais, Karen Brinkman.
A adolescente, segundo Brinkman, não está “nem perto de ser capaz de tomar uma decisão tão importante em sua vida nesse momento” devido à sua idade e seu estado mental conturbado.
A juíza determinou que antes do tratamento de transição a adolescente deverá ser avaliada por um psicólogo, que irá analisar “os sentimentos de não-conformidade”, e justificou sua decisão observando que, no hospital, a adolescente recebeu um diagnóstico de disforia de gênero, um distúrbio de orientação considerado raro pela medicina.
A repercussão do caso levou líderes cristãos a expressarem preocupação com o precedente que pode estar sendo criado. Andrew T. Walker, diretor de Estudos Políticos da Comissão de Ética e Liberdade Religiosa da Convenção Batista do Sul, defende que, na maioria das circunstâncias, os pais devem ter o direito de tomar decisões médicas por seus filhos.
“Este caso deve provocar um arrepio na espinha de todos os pais que estão assistindo o que o Estado pode fazer para adulterar os direitos dos pais para promover a revolução sexual”, alertou.