A situação da comunidade cristã na República Democrática Federal do Nepal está ficando tensa, após a união de duas forças políticas locais, o Partido Comunista do Nepal, de influência maoista, e outro partido com o mesmo nome, porém, de influência marxista-leninista.
Dessa união resultou uma nova Constituição no país, que apesar de ter sido elaborada sob os princípios de um Estado laico, permitiu a aprovação de uma lei atualmente conhecida entre os missionários cristãos como lei “anti-conversão”.
Desde 2014 os nepaleses já vêm se preocupando com a implantação dessa lei, especialmente os cristãos, que representam apenas 1,4% da população. A maioria é adepta do hinduísmo, que também tem se mostrado muito hostil através de grupos extremistas.
“O Estado tem propostas, no novo código penal, apresentadas antes da Assembleia Constituinte, alguns anos atrás, que proíbem todas as conversões no novo código penal. Apesar de não terem sido consideradas no plenário da Câmara, essas propostas foram redigidas”, disse Martin Gore, integrante da Christian Solidarity Worldwide.
Atualmente, a nova lei entrará em vigor no próximo mês, mas os cristãos já estão sentindo os efeitos da perseguição religiosa no país crescer rapidamente.
A organização Portas Abertas, por exemplo, divulgou um episódio onde oito cristãos foram presos simplesmente por distribuírem panfletos evangelísticos nas ruas do Nepal. Como se não bastasse, até mesmo os vizinhos se voltaram contra eles e os agrediram covardemente.
“Por motivos pequenos, eles buscam nos atacar, mas nós estamos mantendo silêncio, pois tememos pela segurança dos nossos filhos”, disse Sunita Kumar, esposa do líder cristão Suraj, ambos vítimas do incidente que envolveu prisão e violência.
“Sabemos que não somos bem-vindos aqui, simplesmente porque estamos pregando o evangelho. Já nos acusaram de receber dinheiro estrangeiro para converter os hindus ao cristianismo, por isso eles nos atacam”, acrescentou.
A Portas Abertas, no entanto, informou que apesar da perseguição, o cristianismo não para de crescer no país, pedindo orações pelos missionários que fazem longas jornadas para alcançar a população nos lugares mais remotos.
“Peça para que sejam justos em suas decisões. Ore pelos cristãos perseguidos, para que consigam testemunhar mesmo quando as coisas estão piorando”.