Um dos principais problemas enfrentados pelos cristãos em países onde a perseguição religiosa é acirrada é a acusação de “blasfêmia”. Em grande parte dos casos, essa acusação é uma consequência de leis que visam impedir a mudança de religião ou rejeição ao regime do país, como é o caso da “lei anti-conversão” do Nepal.
O Nepal é um país localizado entre a Índia e o Tibete. Apesar de ser considerado oficialmente um país laico desde 2015, o hinduísmo e o budismo são às duas maiores religiões no país, influenciando o estilo de vida da maior parte da população.
Em 2018 uma “lei anti-conversão” foi aprovada no Nepal como resultado dos esforços dos radicais locais para impedir o avanço do cristianismo, visto que o compartilhamento da fé é uma prática doutrinária do cristão, instituída por Jesus na “Grande Comissão“.
O evangelismo, portanto, se tornou crime no país, resultando na prisão de 17 cristãos até o momento, segundo informações do Mission Network News (MMN).
“Muito silenciosamente, alguns de nossos missionários em terra estão monitorando essas situações, até visitando algumas dessas pessoas nas prisões”, disse John Pudaite, do ministério Bíblias para o Mundo.
O missionário comentou a lei anti-conversão no país, dizendo que desde que foi aprovada no ano passado, ele e outras igrejas estudam a repercussão da medida no âmbito da liberdade religiosa.
“14 meses depois, estamos lá e meio que avaliando a situação; o que pode ser o futuro para o nosso ministério, assim como para outros ministérios no Nepal, e, o mais importante, para a Igreja no Nepal”, destacou.
A organização missionária Portas Abertas também já constatou o aumento da perseguição religiosa no Nepal após a lei anti-conversão, informando que apenas nos quatro primeiros meses de 2019 foram registrados 36 incidentes de perseguição a cristãos.
“Entre eles, seis casos de pessoas que foram obrigadas a deixar sua casa, três casos de boicote social, quatro de abuso físico e dois de detenção”, diz a organização.
“A maioria das pessoas que se convertem a Cristo e anunciam isso publicamente são marginalizadas pela sociedade de imediato porque a comunidade acredita que a conversão seja uma violação da sua fé tradicional”, relatou um informante.