A secularização das Igrejas Anglicanas na Europa segue a todo vapor, e pela primeira vez na história, uma cerimônia de união homossexual foi realizada em um templo da denominação na Escócia.
Os homossexuais Peter Matthews e Alistair Dinnie se tornaram os primeiros a oficializarem sua união em uma cerimônia realizada em uma Igreja Anglicana no Reino Unido. O “casamento gay” aconteceu em Edimburgo, com aprovação da Igreja Episcopal Escocesa e comemoração por parte dos ativistas gays.
Os jornais The Times Scotland e Telegraph repercutiram o fato anunciando que desde que a cerimônia foi realizada, no começo de setembro, outros homossexuais oficializaram suas uniões em templos cristãos das cidades de Glasgow e Moray.
O reverendo Markus Dunzkofer afirmou à BBC que era “um privilégio e uma honra” celebrar a união de Peter e Alistair, já que a permissão havia sido dada desde a alteração da lei canônica da Igreja Episcopal durante o Sínodo Geral em Edimburgo, realizado em junho.
“Estou encantado que os dois se uniram e tiveram o casamento na igreja. O amor que eles têm um pelo outro é bastante óbvio. Ele não alimentou apenas a mim, mas a muitos membros da congregação. São membros muito ativos e solidários da igreja. Não estaríamos onde estamos sem eles”, acrescentou o reverendo Dunzkofer.
A mudança nas regras da igreja só foi implementada porque os membros votaram pela retirada da cláusula doutrinária que estipulava o casamento apenas como a “união de um homem e uma mulher”. Agora, o texto diz que “o clero que não desejar presidir casamentos do mesmo sexo, não será obrigado a fazê-lo contra a consciência”.
No entanto, a mudança não é do agrado de todos na Igreja Episcopal Anglicana. O secretário geral da Comunhão Anglicana, Josiah Atkins Idowu-Fearon – que teve o nome omitido pela reportagem do Telegraph – destacou que a decisão “está em desacordo com a posição da maioria de que o casamento é a união ao longo da vida de um homem e uma mulher”.