Sem representatividade no voto popular, ativistas LGBT têm optado por tentar a imposição de sua visão de mundo em temas como ideologia de gênero, por exemplo, através da via judicial. Agora, um grupo militante quer que esse tema se torne obrigatório nas escolas e foi ao STF para garantir isso.
A cidade de Londrina (PR) aprovou uma lei que proíbe o ensino da ideologia de gênero nas escolas municipais de Ensino Fundamental, que recebe alunos de 6 a 14 anos de idade. Mas, um grupo de ativistas LGBT decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a lei.
“A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e a Associação Nacional de Juristas LGBT pediram ao Supremo para derrubar uma lei de Londrina (PR) que proíbe o ensino da ‘ideologia de gênero’ nas escolas de ensino fundamental”, informou o portal O Antagonista.
Os militantes LGBT tiveram sua causa sorteada internamente, e o mais progressista dos integrantes da Corte foi o selecionado para analisar o caso. “Foi sorteado como relator o ministro Luís Roberto Barroso, notório pela defesa dos direitos de trans e homossexuais. A decisão do STF terá efeito geral: se o conteúdo for liberado, outras cidades e estados não poderão proibi-lo”, acrescenta o jornalista Renan Ramalho.
Essa ação vai em sentido contrário ao pensamento popular que, dentre outros motivos, elegeu o presidente Jair Bolsonaro (PSL) em 2018. A plataforma conservadora do então candidato previa o combate à ideologia de gênero nas escolas públicas do país.
O governo vem mantendo a mesma postura. Ainda nesta sexta-feira, 12 de julho, Bolsonaro voltou ao assunto em uma live nas redes sociais e novamente criticou a doutrinação nas escolas e, inclusive, afirmou que o documento apresentado pelo Brasil ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) prevê a “defesa dos valores familiares”.
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou recentemente que as ações de sua pasta são voltadas para a conscientização de que a ideologia que sugere que o gênero seja uma construção social não tem embasamento e não conta com o apoio unânime no segmento LGBT da sociedade.
“Há uma diferença entre ideólogos de gênero e os movimentos LGBT. Os ideólogos usaram esses movimentos para implantar sua própria ideologia. Ela vem com a premissa de que que ninguém nasce homem e ninguém nasce mulher, mas sim que isso é uma construção social […] Essa ideologia que questiono porque ela ainda não está firmada, não tem nenhum respaldo científico […] E o meu combate é que trouxeram para a infância. A criança não está pronta para discutir uma teoria que não tem respaldo científico ainda. Aí me chamaram de homofóbica, porque eu discutia a ideologia de gênero, mas esqueceram que eu sou apaixonada pelos homossexuais, pelas lésbicas e pelos travestis”, comentou Damares Alves.