O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, instaurou um inquérito no país para investigar a morte de 16 pessoas por asfixia e esmagamento, em 31 de dezembro passado em Luanda, durante o evento Vigília da Virada – Dia do Fim, realizado pela Igreja Universal no último dia de 2012.
Depois da conclusão do inquérito, a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola instaurou um processo criminal contra o líder e responsáveis da igreja, que responderão criminalmente pelas mortes. Embora a PGR não tenha citado os nomes dos envolvidos, uma fonte do jornal português OPAÍS, próxima da Igreja Universal do Reino de Deus, afirmou que a alta cúpula da igreja no país é composta pelos bispos Augusto Dias, Felner Batalha e João Bartolomeu.
O processo contra os líderes foi a segunda medida tomada no caso pelas autoridades angolana, que recentemente suspenderam as atividades da Universal e de outras denominações no país, e efetuaram a prisão de pastores da igreja.
Segundo informações da Agência Lusa, representantes da igreja foram procurados para comentar o caso, mas nenhum dirigente da igreja se mostrou disposto a falar.
O processo criminal foi motivado pela investigação da Comissão de Inquérito, que concluiu que as mortes ocorreram devido à superlotação no interior e exterior do Estádio da Cidadela, causada por “publicidade enganosa”.
Dias antes da cerimónia, a Universal espalhou por Luanda publicidade do evento, intitulado “Dia do Fim”, na qual convidava todos a “dar um fim a todos os problemas: doença, miséria, desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação e dívidas”, de acordo com as autoridades angolanas tal propaganda fez com que milhares de pessoas comparecessem ao evento, motivadas por “uma enorme expectativa de verem resolvidos os seus problemas”.
Por Dan Martins, para o Gospel+