Dois dos maiores conhecedores sobre Israel no meio evangélico, os pastores e professores Franklin Ferreira e Luiz Sayão fizeram uma publicação sobre a guerra resultante dos ataques do Hamas contra Israel e explicaram porque os cristãos devem apoiar Israel.
O ataque surpresa em pleno sábado, ao final da Festa dos Tabernáculos, levou Israel a declarar guerra pela primeira vez em 50 anos. As Forças de Defesa de Israel (IDF) iniciaram uma mobilização com a convocação de 300 mil reservistas, número recorde, para cumprir a promessa de vingança feita pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Entre evangélicos, é comum haver posições divergentes sobre o papel de Israel no contexto do Novo Testamento. Entre pentecostais permanece a ideia de um povo escolhido por Deus que receberá tratamento, enquanto no meio da teologia reformada prevalece a visão de que o povo escolhido é formado pelos que seguem a Cristo e que Israel hoje é apenas mais uma nação no planeta.
Entretanto, Luiz Sayão expôs argumentos que defendem a abordagem de que os cristãos devem apoiar a Israel no tempo presente: “Os judeus massacrados no genocídio do holocausto na Europa há duas gerações não possuem lugar seguro no mundo onde podem se refugiar. A questão é de dívida moral depois dos seis milhões de judeus assassinados (um terço do povo) [pelos nacional-socialistas alemães]”.
“Os judeus estão, em sua maioria, dispostos a negociar com árabes para uma solução pacífica no Oriente Médio, como temos visto. A terra de Israel possui os lugares mais importantes da fé monoteísta. Sob o Estado de Israel, esses lugares têm sido respeitados e abertos a todos, sem discriminação”, ponderou.
Outro fator é que Israel se opõe à tirania das teocracias do Oriente Médio, oferecendo “democracia, com liberdade para judeus, árabes muçulmanos, minorias cristãs (árabes, gregos, armênios, etc), caucasianos, drusos e africanos refugiados”.
Sayão enfatiza que Israel investe em “educação, ciência, progresso e desenvolvimento” que beneficiam o mundo inteiro: “São 12 vencedores de prêmio Nobel em 75 anos de existência. Os valores de Israel são os meus valores: respeito, lei, diversidade, liberdade, tolerância, democracia. Eu me identifico com esses valores”, acrescentou o professor.
“Há um abismo entre Israel e os seus vizinhos em termos de liberdades individuais, respeito à mulher e direitos humanos. Isso deve ser considerado. Nenhum autoritarismo pode ser apoiado. O terrorismo jihadista [árabe muçulmano] deve ser repudiado pela comunidade internacional. Há um ódio irracional, sem sentido, incompreensível contra Israel e os judeus de modo geral. Não faz sentido. Eles são seres humanos, como os americanos, os alemães, os brasileiros, os árabes. Merecem respeito, sobrevivência e têm direito à defesa [contra os ataques de seus inimigos externos]”, concluiu, reprovando as manifestações antissemitas que têm se tornado comuns novamente.
Ferreira, ao final da publicação, lembrou que “cristãos são ensinados na Escritura Sagrada que Israel é o povo eleito do Altíssimo e sua terra lhes foi dada pelo único Deus por herança perpétua”, citando a carta do apóstolo Paulo aos Romanos 11:
“Será que Deus rejeitou o seu povo? De modo nenhum! […] Nos dias de hoje sobrevive [em Israel] um remanescente segundo a eleição da graça. E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça. […] Todo o Israel será salvo. [… Pois] quanto à eleição, [os de Israel são] amados por causa dos patriarcas; porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (versículos 1,5,6,26).
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