O cantor Lulu Santos, ativista LGBT, usou as redes sociais para desejar a morte do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.
“Crivella vc [sic] vai morrer e ir pro inferno”, escreveu o artista, que posteriormente deletou a publicação. A manifestação de ódio ocorreu em meio à disputa para o segundo turno das eleições municipais, que terminou no último domingo, 29 de novembro, com a derrota do atual prefeito para Eduardo Paes (DEM-RJ).
A Igreja Universal do Reino de Deus repercutiu o desejo de morte de Lulu Santos, lamentando que “muitos [usuários] curtiram sua publicação, o que sugere que essas pessoas fazem coro à fala do cantor”. A instituição também repercutiu um comentário específico: “Possivelmente, não será bem recebido, o diabo não quer concorrente. Ficará vagando”.
Para a Igreja Universal, há um autoritarismo latente em parte da sociedade: ”Lulu Santos e tantos outros artistas e anônimos brasileiros fazem parte de uma militância esquerdista que têm feito barulho no País. Eles pregam democracia, diálogo e pluralidade de ideias, mas isso não acontece com quem discorda de seus pensamentos ideológicos”.
Agressividade
“O famoso ‘ódio do bem’ está ficando cada vez mais escancarado na sociedade. Ou seja, quando um grupo ou pessoa destila seu veneno, ódio, falta de respeito e intolerância a seus opositores travestidos de ‘liberdade de expressão’. Todavia, o que mais impressiona é que essas mesmas pessoas são as primeiras a levantarem a bandeira de ‘respeito ao diferente’. Nunca se cultivou tanto ódio em forma de ‘luta pela democracia’”, diz outro trecho de uma matéria publicada no site da Universal.
A instituição dirigida pelo bispo Edir Macedo lembrou ainda do episódio envolvendo o jornalista JP Cuenca, que usou as redes sociais para afirmar que “o Brasil só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Universal”.
“A verdade é que para essas pessoas que pregam a democracia e o amor é proibido divergir. Só há diálogo quando se pensa como eles. Se há divergência, não se pode estabelecer uma discussão. Durante um bom tempo esse foi o comportamento da maioria das pessoas, até que a operação Lava Jato revelou o que, realmente, estava acontecendo em nosso país e o povo reagiu conduzindo ao Planalto um homem que teve a coragem de romper com o sistema apodrecido da política nacional”, avaliou a Igreja Universal.
Um dos representantes da instituição, o bispo Renato Cardoso, considera que muitas pessoas se manifestam de forma agressiva por conta de uma influência obscura: ““Nessa sociedade onde as emoções são manipuladas, as pessoas são manipuladas. Você tem o direito de odiar certos grupos de pessoas e isso é lindo e aplaudido. Mas quando você odeia ou manifesta qualquer coisa contrária a outros grupos defendidos pela grande mídia, então você é um fascista”, comentou.