A história de Jelena Sivulka está fundamentada em sua própria experiência de vida. Ela é mãe de uma adolescente de 14 anos chamada Hana, que na infância foi diagnosticada com autismo severo, e isso a inspirou para criar um ministério voltado para crianças especiais.
O projeto se chama Hanina Nada, que significa a “esperança de Hana”. Jelena acredita que a maioria das igrejas não estão preparadas para lidar com crianças portadoras de alguma deficiência, o que contraria a vontade de Deus, visto que o Evangelho e os dons do Espírito Santo são para todos, sem distinção.
“Deus na verdade tem toneladas de crianças com deficiências. Apesar de todos os nossos problemas, Ele deu Seu Filho para nos resgatar, para nos dar esperança, para nos incorporar em sua família, porque estamos falhando com os humanos”, disse Jelena ao Evangelical Focus.
“O maior milagre é como Deus usa crianças que não falam , para falar a boa notícia”, destaca Jelena, que é conselheira cristã em seu ministério, o qual mantém ao lado do marido.
“Muito rapidamente Deus colocou em nossos corações o desejo de abrir as portas da nossa igreja para nossa filha. Percebemos que crianças como Hana não são realmente bem-vindas, o que não faz sentido quando você lê em Lucas 14: ‘Traga para a mesa e vá chamar os pobres e aleijados’. Onde eles estão nas nossas igrejas?”, questiona.
De fato, Jelena trás à tona uma realidade que pode ser facilmente observada: a ausência de pessoas com deficiência em muitas igrejas. Isso pode ocorrer por vários motivos, entre eles a falta de adaptação do espaço físico, mas também a falta de preparo dos membros da congregação para acolher tais pessoas.
Jelena explica como aprendeu com a própria filha ao longo dos anos. “Hana tem sido minha escola em curso, eu aprendi com ela. A garota que não fala me ensinou”, disse ela.
Para promover a interação de pessoas com deficiência física com quem não possui nenhum tipo de limitação, Jelena explica que o ministério cria oportunidades, como acampamentos, onde uns cuidam dos outros. Ela observou que muitos jovens aprendem sobre o Evangelho de forma diferente, porque se torna algo prático, e por amor.
“É inacreditável que o autismo toque tantos. Em muitos níveis, você conhece pessoas que conectam você a alguém”, diz Jelena, explicando que muitos desses jovens nem são cristãos, mas apenas convidados para às atividades em grupo. “Nós só queremos que as pessoas se sintam amadas”.