O senador Magno Malta (PR-ES) se manifestou contra a articulação do colega de Senado, Marcelo Crivella (PRB-RJ), que colocou líderes evangélicos e a presidente Dilma Rousseff (PT) em uma mesa de negociação tendo em vista a isenção aos templos da CPMF, caso a tributação seja aprovada no Congresso.
Em um discurso no plenário do Senado, Malta afirmou que a atitude dos pastores não o representa, mesmo sendo um cristão evangélico.
“Em um momento como esse, em que todo mundo poderá vir a pagar CPMF – se depender de mim não virá. Mas se vier, um imposto cumulativo… Então quer dizer que o fiel da igreja vai pagar CPMF para pagar, receber, comprar na farmácia… De qualquer jeito vai pagar, mas a estrutura [igrejas] não quer pagar CPMF? Eu revelo aqui a minha insatisfação”, disse Malta.
A postura é a mesma adotada por outros líderes cristãos, como os pastores Marco Feliciano (PSC-SP) e Silas Malafaia, que reprovaram a iniciativa de busca por “privilégios”, e lembraram que as igrejas já contam com a isenção tributária garantida pela Constituição.
“A Bíblia diz que em tempo de crise, se teu irmão te convidar a caminhar uma milha, vá duas com ele; Se tens duas túnicas, divide uma com ele. Se o momento é de sacrifício, a Igreja é quem tem que fazer oferta, e não pedir para ser ofertada. Eu repudio essa proposta. Não me representa. Num país majoritariamente cristão, esse não é o papel [da igreja] num momento como esse”, acrescentou o senador.
Malta ainda destacou que votará contra a CPMF, por entender que o sistema tributário do país já sobrecarrega empresas e cidadãos. A postura também é compartilhada por Malafaia, que afirmou que denunciará todos os deputados evangélicos que votarem a favor do novo imposto e pedirá aos fiéis que não votem mais neles.