As dificuldades enfrentadas por cristãos que emigraram da Síria para a Europa fugindo das ações extremistas de grupos radicais como o Estado Islâmico não se resumem apenas a questões como abrigo e cidadania.
A Missão Portas Abertas relatou que cristãos sírios que estão vivendo em albergues na Alemanha têm sido alvo de ameaças e insultos por parte de outros imigrantes adeptos do islamismo.
Um líder cristão que atua na área, identificado apenas como Martens, afirmou em entrevista ao jornal alemão Die Welt que “os muçulmanos estão dominando estes locais e impondo a sharia, que é a lei islâmica” aos cristãos refugiados.
Há casos em que os cristãos têm sido proibidos de frequentar a cozinha dos abrigos e outros locais comuns, de acordo com fontes da Portas Abertas: “Mas esta é apenas a ponta do iceberg, pois há ameaças de morte e atos de violência contra os cristãos de várias denominações, mas em especial aos muçulmanos convertidos ao cristianismo, que são considerados traidores por eles”, explicou um dos correspondentes.
No estado da Turíngia, as autoridades alemãs estabeleceram uma divisão entre os refugiados, definindo áreas para cristãos e muçulmanos. No entanto, em outros estados da Alemanha, as autoridades não concordam com essa medida.
“É difícil ver como os refugiados são atacados por todos os lados: precisam respeitar os muçulmanos radicais, mas eles estão dentro da Alemanha. Por outro lado, eles estão ali porque fugiram da perseguição religiosa de seus países, mas as ameaças continuam mesmo na Europa”, comentou Martens
A vida de perseguição religiosa, segundo ele, acompanha os refugiados mesmo estando sob a proteção de um país e um continente que prezam pela liberdade: “Esses refugiados não podem contar com uma vida segura, independente de onde estejam. Estes são fatos que nos remetem a alertar sobre o sério desafio que as igrejas da Alemanha e da Europa vão enfrentar daqui para a frente”, concluiu.