A retirada do Exército Americano das zonas de conflito na Síria tem se tornado um pesadelo para mais de 250 mil pessoas. Elas são vítimas da ofensiva turca na região, a qual visa expandir a influência do presidente islâmico Recep Tayyip Erdogan, aumentando o seu controle em uma das áreas mais perigosas do planeta.
Para os Estados Unidos, a missão de derrotar o Estado Islâmico foi cumprida no início desse ano, razão pela qual não haveria motivos de manter os custos de permanência do seu Exército na Síria.
“Vamos combater onde tivermos benefício, e apenas combater para vencer. Turquia, Europa, Síria, Irã, Iraque, Rússia e os curdos agora vão ter que solucionar essa situação e (decidir) o que fazer com os combatentes do Estado Islâmico capturados em sua ‘região’”, disse o presidente americano Donald Trump, segundo a BBC.
“Todos odeiam o Estado Islâmico, são inimigos há anos. Estamos a 7 mil milhas de distância e vamos destruir o EI novamente se eles chegarem perto de nós novamente!”, acrescentou.
Entretanto, no nordeste da Síria cerca de 12 mil prisioneiros do Estado Islâmico são mantidos pelos curdos, povo aliado dos Estados Unidos durante a guerra contra o terrorismo, mas considerado inimigo pela Turquia. Eles se tornaram alvo dos turcos nos ataques mais recentes, e isso resultou na fuga de vários prisioneiros da ISIS.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede no Reino Unido, mais de 70 civis morreram e mais de 250 mil pessoas abandonaram suas casas devido aos últimos ataques, informou a Agência Brasil.
Entre os curdos estão milhares de cristãos que agora estão fugindo da zona de conflito, na Síria, pelo receio do retorno do Estado Islâmico, segundo a organização In Defense of Christians.
“Existem mais de 40.000 cristãos no nordeste, o que representa uma queda drástica em relação aos 130.000 cristãos que viviam nesta área antes do impacto do ISIS e da crise síria”, afirmou o comunicado do grupo.
Até o momento, a única medida anunciada pelos Estados Unidos contra a Turquia, como retaliação pelos ataques, foram sanções que prometem “destruir a economia turca”, caso a ofensiva não chegue a um fim imediato.
“Como já afirmei com firmeza antes, e apenas para reiterar, se a Turquia fizer algo que eu, em minha grande e inigualável sabedoria, considere estar fora dos limites, destruirei e obliterarei totalmente a Economia da Turquia (já fiz isso antes!)”, disse Donald Trump, segundo o Christian Headlines.