Uma investigação da Polícia Federal teria encontrado o nome do pastor Silas Malafaia como cliente de uma rede de doleiros que ficou notabilizada entre os investigadores por fazer parte dos esquemas descobertos pela Operação Lava-Jato. Nas redes sociais, o líder evangélico negou ter esquemas ilícitos e desafiou a Crusoé a provar seu envolvimento.
A revista Crusoé noticiou que o nome de Silas Malafaia estaria numa lista de clientes de uma rede de operadores de câmbio comandada pelo doleiro Dario Messer. A matéria da publicação digital cita o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) como um dos “ordenantes”, atribuindo a informação à Polícia Federal.
“O nome do chefe da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo aparece junto aos de cassinos, multinacionais, importadores e empresários chineses e latino-americanos na contabilidade paralela de compra e venda de dólares que movimentou cerca de 5,5 bilhões de reais, entre 2011 e 2017”, diz um trecho da matéria publicada pela revista.
Nas redes sociais, o pastor reagiu à publicação, que foi ecoada pelo portal O Antagonista (empresa do mesmo grupo da revista): “Bando de canalhas inescrupulosos! Vou desafiar esses canalhas, na Justiça, provarem que sou cliente de doleiro. Essa é a imprensa que quer cercear as redes sociais para que você não possa se defender. Porque não me ligaram? Têm meu telefone. Canalhas!”, escreveu Malafaia no Twitter.
Ainda na sexta-feira, 03 de julho, o pastor publicou um vídeo em que não conteve sua contrariedade com a publicação da Crusoé, e afirmou que suas transações no exterior, incluindo a venda de um apartamento que era usado pelo seu filho no tempo em que estudou nos Estados Unidos, tinham sido declaradas ao Banco Central.
“Mais uma safadeza para tentar destruir a minha reputação. Vocês se lembram da Operação Timóteo? Quem não deve, não teme. Aquela safadeza de tentar me vincular com corruptos, com uma oferta que eu recebi e declarei no Imposto de Renda. Agora tem uma mais nova. Querem destruir a minha reputação porque eu abro a minha boca, porque defendo o presidente, porque estou denunciando autoridade do mais alto escalão”, declarou o pastor.
Malafaia acrescentou que estava desafiando seus acusadores: “Diz valor, dia e ano que eu mandei dinheiro ilegal para o exterior. Agora, eu compro dólar em casa de câmbio aberta aqui, para viagens ao exterior que eu faço. E até um membro da minha igreja, que trabalha numa casa de câmbio, e eu dou cheque. É isso? Isso é uma pouca vergonha”.
“Não tenho nada para esconder, minha vida aqui é aberta. Há vinte ou vinte e dois anos atrás, quando meu filho foi estudar na América, fui numa casa de câmbio na Barra – naquela época se utilizava isso – mandei dinheiro para pagar matrícula da faculdade, para dar entrada num apartamento financiado em 30 anos. É isso?”, questionou, dando a entender que essas seriam as únicas transações de vulto realizadas por ele.
“A minha editora, Central Gospel, tem o contrato com editoras americanas e autores americanos. Estão aí. Antigamente, era HSBC que fazia remessa. [O banco] foi comprado pelo Bradesco”, acrescentou, enquanto mostrava documentos das transações feitas por ele e sua empresa registradas junto ao governo. “Tentativa de me vincular com bandido e com canalha. Como é que a Polícia Federal concede, para uma revista, informação que pode te denegrir e eu, que sou um pseudo envolvido, não sei de nada? Que bandidagem, que cachorrada, é essa?”.
O ANTAGONISTA É UM BANDO DE CANALHAS INESCRUPULOSOS ! Vou desafiar esses canalhas , na justiça , provarem que sou cliente de doleiro . Essa é a imprensa que quer cercear as redes sociais para que você não possa se defender . Porque não me ligaram? Tem meu telefone . CANALHAS !
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) July 3, 2020