O protesto dos deputados cristãos das bancadas evangélica e católica contra as agressões aos símbolos religiosos durante a Parada Gay foram tema de uma entrevista do pastor Silas Malafaia.
O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) afirmou que não há sentido na crítica aos deputados, pois a política é feita por pessoas, que são livres para se expressarem e terem crenças ou não. O fato de os parlamentares terem feito a oração do Pai Nosso durante o protesto, dentro do Plenário, gerou muitas críticas.
À Folha de S. Paulo, Malafaia disse que “as pessoas fazem confusão” quando afirmam que o protesto dos parlamentares foi uma afronta ao Estado laico, porque esse conceito “significa que o governo é laico, a política não é. Os políticos representam interesses do povo, seja ele ateu, evangélico, católico, anarquista… O povo não é laico”, frisou.
Questionado se os protestos não seriam uma incitação à homofobia, o pastor negou: “Opinião não é homofobia. Tem um monte de manifestações no plenário em apoio ao ativismo gay e ninguém fala nada. Atacar símbolo religioso é crime, artigo 208 [do Código Penal]. Os deputados não estavam condenando só a Parada Gay, mas a pouca vergonha que fazem na rua. Se falar disso aumenta a homofobia, pode acabar com todos os filmes violentos da televisão, porque aumenta a chance de as pessoas saírem por aí dando tiro”, afirmou.
Malafaia ainda destacou que, dentro da liberdade de expressão é legítimo que os ativistas gays marquem posição em todos os setores da sociedade, mas que isso não o obriga a concordar com eles: “Não é porque sou contra que não acho legítimo. Não sou a favor da mordaça ao ativismo gay. Mas eles não dão moleza para ninguém que fala deles. Eu também não vou dar”, concluiu.