O pastor da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo Silas Malafaia disse que não está intimidado com as ameaças do Grupo Gay da Bahia (GGB). O grupo ameaçou que iria realizar um ato com homossexuais tirando a roupa em frente à Câmara Municipal de Salvador para impedir que o líder religioso receba título de cidadão soteropolitano.
“Eu não tenho medo deles e vou estar aí para receber meu título. Estou só esperando as eleições passarem”, afirma. “Eu estou gostando dessa polêmica. Vai ficar provado quem são os verdadeiros intolerantes, quem é que não suporta crítica”, disse o pastor ao jornal baiano A Tarde.
Chamado pelos homossexuais de homofóbico, Malafaia nega e diz que os ativistas gays querem privilégios. “Não tenho preconceito contra homossexual, sou contra a prática. Você pode ser contra a prática evangélica e não ter preconceito contra as pessoas evangélicas. A comunidade gay é que é o grupo social mais intolerante da pós-modernidade. Eles querem ter direito de xingar e achincalhar, mas qualquer um que fale alguma coisa é logo tachado de homofóbico. Eu tenho uma opinião contrária e ela não pode ser cerceada”.
O líder religioso acredita que sua obra evangelística já um motivo para receber a honraria. “Estou há 30 anos na TV resgatando pessoas das drogas, da marginalidade. Eu fiz um dos maiores eventos públicos de Salvador. Devo receber o título em consideração a toda comunidade evangélica”, diz.
O deputado Jean Wyllys foi o primeiro a apoiar o GGB. A Comissão de Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil também decidiu apoiar o grupo, se comprometendo a entrar com um requerimento junto à Câmara de Vereadores por causa da falta de regimentalidade. Segundo eles, Silas Malafaia não teria prestado relevantes serviços à cidade.
O fundador do Grupo Gay da Bahia e mentor do protesto, Luiz Mott, disse estar decepcionado com a falta de apoio dos “intelectuais de cabeça feita” convocados por ele, como Gilberto Gil, Preta Gil, Ney Matogrosso, Marina Lima, entre outros.
Ainda de acordo com A Tarde, o vereador Heber Santana, autor do projeto que concede o título ao líder evangélico, classificou Malafaia como ” líder cultural” da comunidade evangélica, justificando com isso a concessão do tïtulo.
“O pastor Silas tem sido porta-voz de um modelo de sociedade que respeita a família e a vida. Em 2009, ele organizou o evento Vida Vitoriosa que levou a palavra a várias pessoas”, argumenta o vereador.
Santana ressalta ainda que os evangélicos teriam uma atitude mais tolerante em relação à entrega de títulos honoríficos. “Alguns cidadãos gays já receberam títulos na Câmara e a bancada evangélica não gostou, mas não tentou impedir.”
Por Jussara Teixeira para o Gospel+