A reabertura do processo por homofobia contra o pastor Silas Malafaia poderá estabelecer um paradigma no que se refere à liberdade de expressão. Por um lado, ativistas gays que vilipendiaram símbolos religiosos, passaram incólumes; de outro, o líder religioso que cobrou ação enérgica, volta agora a enfrentar uma ação judicial por seu protesto.
Malafaia havia prometido apresentar o vídeo com o contexto de sua fala em 2011, em crítica à manifestação ocorrida durante a Parada Gay daquele ano, quando pediu que a Igreja Católica “entrasse de pau […] baixasse o porrete” contra aquela manifestação.
“Eu disse que ia provar que foi deturpado o que eu falei, tirado de um contexto. O procurador perdeu na primeira instância, recorreu na segunda, e agora eu quero que vocês julguem”, disse o pastor, antes de mostrar o vídeo de 2011.
“Vergonha”
“Vocês viram o absurdo que é me acusar de homofobia usar uma figura de linguagem, tanto para pastor, como para a Parada Gay? Agora, depois eu me lembrei. Tem um outro trecho – você vai ver que eu estou com o mesmo terno, o mesmo penteado – eu também uso essa figura de linguagem para a imprensa”, acrescentou Malafaia.
O pastor pontuou que está confiante em voltar a derrotar o processo novamente: “Eu sou um camarada que não fujo do que falo. É só acompanhar minha trajetória. Agora, querer me incriminar por uma palavra que eu não usei, é vergonhoso. Eu tenho certeza que esse procurador vai perder, porque a Justiça tem critério. É uma vergonha um procurador a serviço da causa gay”, concluiu.