Os esforços da ministra Damares Alves, em parceria com o Ministério da Saúde, para trazer o conceito de abstinência sexual para o contexto da conscientização sobre gravidez precoce foram criticados pelo pastor Silas Malafaia, que considera o tema inadequado para o governo.
“Não acho que isso é um assunto de política pública, de Estado. É um assunto de consciência de família, de instruir nossos adolescentes e jovens de que na vida tudo tem uma hora e um tempo”, opinou o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC).
A declaração foi dada ao jornal O Globo: “Nós, evangélicos, ensinamos nossos jovens, da Igreja evangélica, a se absterem e esperarem a hora certa, porque não foi o diabo que fez o sexo. Nós cremos. Não posso querer que outros, que não tenham o meu princípio, creiam naquilo que eu creio. Esses são princípios nossos”, acrescentou.
A opinião de Malafaia sobre o tema reforça um conceito muito presente no meio cristão, de que os pais devem ensinar os filhos a não pularem etapas e a não praticarem sexo antes do casamento. Entretanto, a proposta de Damares Alves maximiza esse tipo de aconselhamento, já que a liberdade de ação e consciência permanece – assim como entre evangélicos – individual.
Por fim, o pastor assembleiano acrescenta que considera ideal o fim da educação sexual nas escolas porque todas as instituições, públicas e particulares, estão ”infestadas de esquerdopatas”: “Não querem ensinar sobre sexo, querem ensinar sobre ideologia, querem dizer que menino pode transar com menino. Aí começa a bandidagem e a vagabundagem”, disparou Malafaia.
Apesar da crítica do líder evangélico, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos pretende levar adiante, junto com o Ministério da Saúde, a reformulação das políticas públicas sobre a prevenção à gravidez precoce e às doenças sexualmente transmissíveis (DST).