A Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) teve o credenciamento no Comitê sobre Organizações Não-Governamentais da ONU barrado pela China. O país, governado por um regime comunista, é notório perseguidor de cristãos e tem cerceado a liberdade religiosa em seu território.
A Anajure pleiteia uma vaga no comitê vinculado ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc) para adquirir caráter “consultivo especial”, o que permitiria à entidade emitir opiniões nos fóruns da ONU. Outras 4,4 mil ONGs ao redor do mundo possuem esse credenciamento.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a China travou a entrada da Anajure na última segunda-feira, 20 de dezembro, durante uma reunião em Nova York. Por meio de um representante no encontro, o país cobrou explicações sobre a presença da Anajure e suas atividades no exterior.
A hipótese que é aventada nos bastidores da ONU é que a China impediu a entrada da Anajure no comitê por eventuais críticas feitas à política dos Direitos Humanos no governo comunista de Xi Jinping, que tem sufocado a prática de fé dos cristãos e tentado impor mudança no texto bíblico, inserindo valores da ideologia dominante.
Em resposta à objeção dos chineses, a entidade redigiu uma carta explicativa sobre suas atividades e distribuiu entre as delegações na última terça-feira, 21 de janeiro, e conta com apoio do Ministério das Relações Exteriores para que sua entrada seja aprovada entre os 19 países com direito a voto.
Atualmente, o Brasil possui 44 ONG’s com status consultivo na ONU, todas elas dedicadas a temáticas progressistas como ideologia de gênero, militância LGBT, crianças, indígenas, ciência, meio ambiente e Direitos Humanos. A Anajure, se aprovada, será a primeira entidade de viés religioso com princípios protestantes.