A empreitada cristã contra a produtora Porta dos Fundos, responsável por diversos vídeos de humor que abordam o cristianismo de forma agressiva, segundo muitos líderes cristãos, ganhou novos capítulos nesta semana.
O pastor Marco Feliciano (PSC-SP), um dos principais protagonistas dos protestos contra o Porta dos Fundos, enviou carta ao presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Paulo Skaf, para solicitar que o patrocínio oferecido aos humoristas seja cancelado.
Diversas empresas, filiadas à FIESP, patrocinam ou contratam a produtora para promover suas marcas através da popularidade dos vídeos publicados no YouTube.
Na carta, Feliciano diz que os cristãos vinham “tolerando desde há algum tempo” os “vários ataques pessoais” desferidos pelo Porta dos Fundos, porém, após a esquete do Especial de Natal, onde os humoristas colocaram “personagens da Sagrada Família de forma esdrúxula, vociferando palavrões totalmente desnecessários no contexto, desrespeitando nossa fé cristã”, a decisão tomada foi de reagir.
O pastor e deputado federal citou ainda, o embate entre o cardeal dom Odilo e o humorista Gregório Duvivier pela imprensa: “Ao serem admoestados pelo cardeal arcebispo de São Paulo dom Odilo Scherer, publicaram uma nota acintosa na Folha de S. Paulo […] em resposta ao líder católico, com ironia ao fato de serem patrocinados pela Indústria”, observou Feliciano.
Ação criminal
A busca por imposição de respeito levou a Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, formada por católicos, a apresentar ao Ministério Público uma representação criminal contra o Porta dos Fundos.
Na representação, assinada por Hermes Rodrigues Nery, diretor da entidade, e subscritos por onze advogados, os humoristas da produtora são citados nominalmente como parte de um grupo que se associou criminosamente contra o princípio de tolerância e respeito à diversidade.
“Não é de hoje que esse canal faz questão de debochar e insultar, das mais diversas formas, as religiões monoteístas — em especial o cristianismo’’, frisa o texto da representação criminal, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo.
Antonio Tabet, um dos fundadores da produtora, diz que a ação não representa censura para os humoristas: “Qualquer um pode mandar representação ao Ministério Público. Somos a favor de qualquer liberdade. Vamos esperar alguma coisa acontecer para tomar qualquer providência”, disse o humorista, que nega praticar preconceito religioso: “Prova disso é que, na nossa equipe, temos gente de todas as religiões: católicos, evangélicos, espíritas, e também ateus. Nosso objetivo não é fazer polêmica. É fazer humor”, defendeu-se.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+