O debate sobre a existência de uma ditadura militar no Brasil entre os anos 1964 e 1985 vem tomando corpo com lados opostos: de um lado, adeptos da ideologia de esquerda, defendem que o país viveu um regime totalitário e genocida; do outro, um grupo que defende o relato da história de uma perspectiva baseada em fatos registrados de maneira oficial e legítima.
O pastor Marco Feliciano (PSC-SP), um dos políticos brasileiros assumidamente conservadores, gravou um vídeo de um diálogo hipotético entre um brasileiro e um russo, em que o assunto são os crimes cometidos por aqui e por lá durante as “ditaduras”.
Na conversa, o brasileira tenta explicar para o russo que o país viveu um golpe, mas ao explicar os detalhes, o russo tem a impressão de que o que houve no país foi um regime em que os militares foram convocados pelos representantes do povo para comandar o governo.
O regime militar instaurado em 1964 foi convocado pelo Congresso Nacional, como forma de depor o presidente João Goulart. A medida foi adotada como forma de se prevenir a rumores de que o mandatário – que havia assumido em 1961 – preparava medidas que iriam contra a democracia.
No vídeo gravado por Feliciano, o brasileiro diz ao russo que a “ditadura” matou 357 pessoas ao longo de 21 anos, o que escandaliza o colega da região eurásia, pois ele contrapõe o que houve na antiga União Soviética, revelando que 21 milhões de pessoas morreram no país durante os 74 anos da ditadura, que começou após a tomada à força do poder.
Em dado momento do “diálogo”, o brasileiro fala que ao longo de 21 anos, cinco presidentes ocuparam o poder, sempre em sucessão ao anterior, todos eleitos de forma indireta, pelo Congresso Nacional. O russo, indignado com o conceito de “ditadura” do brasileiro, diz que o colega “nunca conheceu opressão e por isso não entende o que é liberdade”.
A dicotomia existente na sociedade brasileira atual em relação ao regime militar é resultado do discurso retórico adotado pela classe política de esquerda contemporânea, especialmente os ligados ao Partido dos Trabalhadores, que vêm reforçando a ideia de que havia violência generalizada e constante da parte dos militares contra os cidadãos, como forma de justificar a atuação de seus principais líderes na época, como a ex-presidente Dilma Rousseff, presa por terrorismo após um atentado, em 1968, que tirou a vida de um soldado.
Assista ao vídeo do pastor Marco Feliciano: