O pastor Marco Feliciano continua atraindo a atenção dos mais diversos veículos de imprensa devido à sua postura conservadora à frente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), e também por ser a figura mais repudiada por ativistas gays no Brasil.
A agência internacional de notícias AFP traçou um perfil do pastor e deputado federal que arrasta multidões às suas pregações nas mais diversas igrejas evangélicas Brasil afora. O artigo, publicado pelo portal Terra, ilustra Feliciano como alguém determinado em defender suas posições.
O pastor afirmou à reportagem que os ativistas gays tentaram transformá-lo no “inimigo número um do Brasil”, mas, segundo ele, o tiro saiu pela culatra: “Eles acabaram fazendo de mim uma celebridade, o herói da família brasileira pela minha luta contra um só setor, a militância gay”, pontuou.
Em suas pregações, Feliciano leva os fiéis pentecostais à êxtase quando menciona não ceder às pressões por estar revestido com “o poder que assusta o Brasil”. E foi justamente essa frase que se tornou manchete da reportagem produzida pela AFP.
O pastor e deputado afirma ainda que a “ditadura gay” tem tentado calá-lo de todas as formas, inclusive com ameaças: “Querem impor seu estilo de vida a mim, lutam contra minha liberdade de expressão. Me acusam de intolerante, mas já recebi ameaças de morte”, revela.
Porém, é no tamanho da movimentação que o ativismo gay faz contra ele, que Feliciano diz encontrar o principal ponto fraco de seus opositores: “As manifestações contra mim, 40 desde o dia 7 de março, não juntaram 5.000 pessoas. Você viu algum pai de família? Só em um culto eu consigo reunir 100.000″, diz o pastor.
Acusado de racismo e homofobia, Feliciano mantém seu discurso inalterado desde que os protestos começaram: “Minha mãe é negra, meu padrasto é negro. O que escrevi foi que os negros eram descendentes de um filho de Noé que foi amaldiçoado. Não disse que o negro é maldito. Além disso, toda maldição foi eliminada pela cruz de Cristo. Já não há mais maldição”, frisa, antes de concluir: “No Brasil ser homofóbico é crime. Não tenho preconceito contra negros nem contra homossexuais”.
“O que eu repudio é o ato homossexual. Homossexual é a pessoa que tem uma orientação diferente da minha, mas que não interfere na minha vida. O ato homossexual ocorre quanto este homossexual toca, beija seu companheiro na minha frente. O que eles fazem entre quatro paredes não me interessa”, afirma Feliciano.
Impopular junto a camadas da sociedade que acham seu discurso retrógrado, Feliciano tem reforçado a ideia de que acredita que o Brasil terá um presidente evangélico no futuro, e deixa transparecer sua disposição para ser esse personagem: “Tenho a intenção de crescer politicamente”, admite o pastor, que revela com um esboço de slogan qual o próximo passo para sua carreira política: “Meu nome é Feliciano, sou candidato ao Senado. Você me conhece. Eu luto pela família, quero defender seus filhos e netos. Se você é a favor do aborto, não vote em mim, pois eu sou pela família”.
Esse discurso, favorável à família tradicional e não contra os demais grupos sociais, é a mensagem que o deputado quer transmitir de agora em diante. Numa entrevista concedida durante a manifestação pacífica realizada em Brasília na última quarta-feira, Feliciano reforçou essa ideia: “A minha luta é a favor da preservação da nossa raça, da família natural, como Deus ordenou. Homem, mulher [são] sinônimo de prosperidade de vida”, disse aos repórteres.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+