A perseguição religiosa aos cristãos nos últimos anos tem se mostrado diversificada. A violência, tortura e mortes continuam no topo da lista como meios mais cruéis e covardes de intolerância religiosa contra este segmento, apesar de também estar surgindo no ambiente cultural e político alguns discursos de repressão contra os seguidores de Jesus Cristo.
Segundo um novo relatório da Fundação Pontifícia de Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), o ano de 2019 já pode ser considerado um dos mais sangrentos para os cristãos na história da perseguição religiosa moderna, e isto considerando que ainda não chegamos na metade do mês.
“Os atentados brutais contra igrejas e hotéis no Sri Lanka no último Domingo de Páscoa, mostram que 2019 já é um dos anos mais sangrentos para os cristãos”, declarou o presidente da organização.
Segundo à nota divulgada em 26 de abril, o massacre no Sri Lanka, embora de proporções muito maiores, não foi o único nos últimos meses. Em dezembro passado, por exemplo, milícias islâmicas Séléka atacaram uma missão católica na Diocese de Bangassou, na República Centro-Africana, deixando dezenas de mortos e cerca de 20 mil refugiados.
A Catedral de Jolo, nas Filipinas, foi atacada em janeiro desse ano também por terroristas islâmicos, que deixaram 20 mortos e ao menos 90 feridos. A Nigéria é outro país que registra um verdadeiro genocídio de cristãos em curso. No estado de Kaduna foram mortos 130 em março, durante um ataque promovido pelo grupo Fulani.
“Os ataques no Sri Lanka são a culminação sangrenta de um processo que vem acontecendo há anos: a perseguição aos cristãos não conhece fronteiras; não faz pausas, muito menos nas festas cristãs mais importantes; não tem piedade das pessoas inocentes, que muitas vezes se tornam bodes expiatórios de processos globais”, disse Heine-Geldern.
Com isso Geldern, da ACN, alerta sobre a importância de continuar combatendo o grupo Estado Islâmico, não só militarmente, uma vez que ele foi desarticulado territorialmente, mas no aspecto ideológico, visto que suas ideias genocidas continuam existindo, segundo a ACI Digital.
“Dizer que o EI foi derrotado militarmente e, portanto, não existe mais, é um julgamento errado, porque a ideologia ainda existe, seus seguidores ainda estão ativos e os canais de contato parecem funcionar. Nossos parceiros de projetos no Oriente Médio ainda continuam muito preocupados”, conclui.