O ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro, está sendo alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta “homofobia”, após dizer em uma entrevista que não concorda com a homossexualidade, e que há casos de pessoas que são gays por terem vivido em um ambiente familiar desajustado.
Ribeiro deu uma entrevista ao Estadão em setembro do ano passado, quando foi questionado sobre os conteúdos da disciplina de educação sexual nas salas de aula. Ele disse que o MEC deverá rever o conteúdo, focando apenas nos aspectos consensuais da matéria, como prevenção à gravidez e desenvolvimento.
Temas como “identidade de gênero”, por exemplo, Milton Ribeiro disse não concordar que seja trazido para a escola, apesar de ser preciso haver respeito e tolerância em todos os aspectos. Foi nesse contexto que ele comentou:
“É claro que é importante mostrar que há tolerância, mas normalizar isso, e achar que está tudo certo, é uma questão de opinião. Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato e caminhar por aí. São questões de valores e princípios”.
Após essa declaração, parlamentares progressistas como David Miranda (PSOL-RJ) e o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) disseram que ingressariam no Ministério Público Federal contra o pastor, alegando que ele teria cometido o crime de “homofobia”. A Procuradoria Geral da República, então, acionou o STF pela abertura de um inquérito a fim de investigar o caso.
No último domingo, Milton Ribeiro comentou a perseguição que vem sofrendo por defender a sua liberdade de consciência, opinião e crença, uma vez que o ministro apenas expressou a sua visão sobre o que para ele está relacionado ao comportamento homossexual, além de defender os próprios valores, os quais estão centrados na Bíblia Sagrada.
“Nós queremos tirar o Brasil de um rumo de desastre, em que valores como família, como criação de filhos, o que é certo, o que é errado, pudessem ser novamente restabelecidos. A Bíblia diz que haveria um tempo em que as pessoas iriam chamar o que é errado de certo, e o que é certo de errado”, disse ele ao ministrar em um culto na Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, em São Paulo, onde atua como pastor.
“Até mesmo o inquérito que eu enfrento no Supremo Tribunal Federal tem a ver com isso, com algo que Jesus não tem nenhum receio de dizer que não é o caminho certo. Estou muito tranquilo, meu coração está tranquilo. Esse é um desabafo que eu faço com a minha igreja: meu coração está tranquilo. Porque não fui chamado no Supremo Tribunal Federal para responder por desvio de dinheiro, nem por coisas erradas, mas porque eu disse o que a Bíblia diz e ponto final”, afirmou, segundo o Correio Braziliense.