O governo da China, liderado pelo Partido Comunista do país, está colocando em prática uma ação que visa destituir por completo o que sobrava de autonomia para algumas igrejas cristãs consideradas “ilegais”, que é a expulsão dos fiéis de seus locais de culto para a transformação dos templos em lugares a serviço do Estado.
Tudo faz parte de um processo conhecido como “chinicização”, que consiste na tentativa do Estado de subverter todos os elementos que considera contrários à cultura local, adaptando-os ao seu contexto.
Neste sentido, igrejas cristãs só são consideradas legais na China comunista, quando aderem ao controle estatal, se submetendo ao rígido controle até mesmo do que é ensinado aos fiéis. Na prática, portanto, é uma falsa liberdade de culto.
Assim, igrejas que não aceitam tal controle são classificadas como “ilegais”. Seus fiéis são intimidados constantemente por autoridades sob o comando do Partido Comunista, líderes religiosos são presos e submetidos a condições de tortura psicológica e física, a fim de denunciar a existência de outras igrejas.
Foi nesse contexto que em novembro de 2018, o Departamento de Assuntos Religiosos do condado de Qishan, sob a jurisdição da cidade de Baoji, na província noroeste de Shaanxi, retirou à força a cruz em uma igreja católica na vila de Luojiazhuang, impedindo a realização de cultos no local.
Já em abril desse ano (2019), ao invés de demolirem o templo, agentes do governo resolveram transformar o local em um centro comunitário, obviamente, com toda a propaganda ideológica do regime comunista chinês, incluindo sua simbologia e dizeres em cartazes em alusão ao Estado.
No lugar do altar, foram colocadas mesas de pingue-pongue ou xadrez chinês, além de outros atrativos para a população. A ideia é despistar a cruel realidade de intolerância religiosa e cerceamento da liberdade de expressão, oferecendo entretenimento para o povo.
Com informações: Bitter Winter.