A rua Anselmo Selingardi, em Campo Grande (MS) é a síntese da explosão de crescimento das igrejas pentecostais no Brasil. Abrigando 10 templos evangélicos e 1 católico, a rua ganhou um mote: “Só não se converte quem não quer”.
Na rua, há mais igrejas do que farmácia, bar, padaria e mercado juntos, e segundo o jornal local Campo Grande News, os 11 templos religiosos ainda não são suficientes para atender a demanda de fiéis.
Considerado violento, o bairro Parque Lajeado é habitado por pessoas que não se surpreendem com a quantidade farta de igrejas na rua: “Acho que é para proteger o bairro, aqui é bem pesado”, palpita a comerciante Vanda Regina Rodrigues, de 52 anos, que mesmo tendo uma fartura de igrejas na rua de casa, vai a outro bairro para cultuar.
O único dia que não há cultos na rua Anselmo Selingardi é a segunda-feira. A partir das 19h00 de terça-feira, começa uma maratona que se encerra apenas com a bênção apostólica do pastor que encerrar o culto de domingo mais tarde.
Valdir de Jesus, comerciante na rua, resume: “Se quiser, todo dia tem igreja de portas abertas”. Uma jovem entrevistada pela reportagem concorda: “Tem pra tudo quanto é lado. Meus irmãos vão. Aqui só não converte porque não quer, porque tem um monte”, afirma.
Apesar da alta concentração de igrejas evangélicas numa única rua, há locais na capital sul-mato-grossense que não são atendidas pelas denominações: “Tem lugares em Campo Grande que não tem templos religiosos e outros têm muito. O pastor daqui tinha intenção de mudar o templo para avenida porque acha que é muito escondido”, afirma um casal de zeladores de um templo da Assembleia de Deus. “Melhor igreja do que boteco, não é?”.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+