A concordância com a existência da união civil entre homossexuais é crescente nos Estados Unidos, e os favoráveis acabam de crescer: a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias anunciou que apoia o chamado casamento gay.
O comunicado da Igreja Mórmon informando a decisão foi divulgado no final de janeiro, quando a direção da denominação se disse “favorável às leis que protegem os direitos dos homossexuais”. No entanto, a concordância com essas iniciativas só existe se “a liberdade religiosa não for comprometida”.
O posicionamento da Igreja Mórmon foi descrito pela agência Reuters como “um movimento conciliatório raro em direção a uma comunidade com a qual a igreja tem estado em desacordo por muito tempo”.
O apoio dos mórmons se dá no âmbito de leis que criem salvaguardas para os homossexuais em “termos de habitação, emprego e outros direitos”, pois a postura da igreja é de “justiça para todos”.
No entanto, as cerimônias religiosas de união homossexual em igrejas não foram apoiadas pelos mórmons, justamente por exigirem respeito à liberdade religiosa e às liturgias cristãs tradicionais.
“Acreditamos que as leis devem ser moldadas para alcançar um equilíbrio na proteção das liberdades de todas as pessoas, respeitando aqueles com valores diferentes”, disse o ancião da igreja, Dallin Oaks, durante uma entrevista coletiva.
“Rejeitamos a perseguição e a retaliação de qualquer tipo, incluindo perseguição com base na raça, etnia, crença religiosa, as circunstâncias econômicas ou diferenças de gênero ou orientação sexual”, disse Oaks.
Os críticos da postura da igreja acusaram-na de oportunismo, afirmando que a igreja está ao sabor do vento da opinião pública e que preferiu não resistir aos movimentos sociais. A denominação acumula um histórico de controvérsias, pois em sua história, muitos fiéis foram polígamos, mesmo contra a legislação em vigência no país.