Os cristãos evangélicos vêm sofrendo perseguição intensa no estado de Chiapas, sul do México. Em um dos casos mais emblemáticos, lideranças populares que professam a fé católica expulsaram os fiéis de suas aldeias.
O governo mexicano interveio na situação e negociou o retorno das famílias evangélicas para suas casas e terras, porém os líderes da aldeia em Chiapas não cumpriram sua parte no acordo e exigiram a conversão das 47 pessoas ao catolicismo ou o pagamento de uma multa.
O caso na aldeia Buenavista Bahuitz chamou a atenção da imprensa internacional porque se arrasta há quase três anos. Em 2012, os evangélicos foram expulsos e desde então, tentam sem sucesso retomar suas vidas em suas propriedades.
No último dia de janeiro se deu a mais recente recusa dos aldeões em permitirem o retorno dos fiéis, segundo informações fornecidas pelo grupo de defesa da liberdade religiosa Christian Solidarity Worldwide (CSW).
O grupo de católicos é conhecido como “tradicionalistas”, e praticam uma mistura do catolicismo romano com tradições indígenas, que envolvem festivais de embriaguez.
Uma das exigências dos católicos “tradicionalistas” para permitir o retorno dos evangélicos a seus lares é que eles contribuam com as celebrações ritualísticas e aquisição de grandes quantidades de bebidas alcoólicas.
Em novembro de 2014, com o auxílio de evangélicos de outras aldeias, as pessoas expulsas de Buenavista Bahuitz protestaram pacificamente em frente à sede do governo do estado, na cidade de Tuxtla Gutierrez. Só então conseguiram que servidores públicos intermediassem o acordo verbal, que posteriormente foi quebrado pelos católicos.
“No México, se você cometer um crime, destruir a casa do teu próximo, e você dizer que foi por motivo religioso, de repente, esse crime se torna anistiado, por alguma razão, [como se eles] não pudessem mexer nisso”, criticou a CSW em um comunicado. Após a recusa dos evangélicos em apostatarem sua fé e pagarem as quantias exigidas, a solução foi voltar para a propriedade de uma igreja na cidade de Comitán de Dominguez, onde eles têm vivido exilados nos últimos dois anos e meio.