Para muitos, a imagem de motoqueiros vestidos com jaquetas escuras de couro, acessórios de metal, brincos e tatuagens, pode assustar e trazer a ideia de rebeldia e oposição à religião, mas esse paradigma já foi superado por um grupo de motoqueiros cristãos que existe há mais de 10 anos em várias partes do mundo e também no Brasil.
Presente em 12 países, o grupo se reúne regularmente para fazer viagens pelas ruas do país, com o objetivo de evangelizar, testemunhar o amor de Jesus Cristo em suas vidas e também confraternizar com os amigos. Na prática, é a união da paixão pelas motos com o dever cristãos de ser missionário em todo tempo.
“Além de nossa vestimenta, a quebra de paradigmas é fundamental para o sucesso do evangelismo”, comenta Jeferson Cassali, de 43 anos, integrante do grupo que tem como lema “Em cada passeio, uma missão”.
Ele explica que ao entrar em contato com outros grupos de motoqueiros, que não são cristãos, eles procuram demonstrar através do testemunho que Cristo os ama mesmo da forma como estão, superando os preconceitos que geralmente esse público sofre por conta do estilo de vida e aparência.
“Nós fazemos amizade com eles sem nenhum preconceito: se são tatuados, se usam piercing, se bebem ou usam drogas, pois nós mostramos interesse e amor por eles e isso tem feito toda a diferença”, disse Jeferson, que é diretor de uma unidade do grupo que fica localizada no estado de São Paulo, segundo informações do Guiame.
A Bíblia do motoqueiro
A existência de grupos de motoqueiros cristãos aumenta pelo mundo. Em março desse ano foi realizado o evento “MotoMadrid Show” na capital da Espanha entre os dias 9 e 11.
No evento foram distribuídas 35 mil “Bíblias do motoqueiro”, uma versão voltada para a identificação desse público com alguns termos comuns e influências culturais entre eles.
No Brasil, o grupo ECMM, fundado pelo pastor “Geleia” (André), da Igreja Batista Cristã de Brasília, é outro exemplo de como esse movimento vem crescendo e conseguindo espaço entre os fãs de motocicletas.