A instituição dirigida pelo bispo Edir Macedo será investigada pelo Ministério Público por suspeita de conspirar contra o escritor JP Cuenca, que fez publicação sugerindo que o presidente Jair Bolsonaro fosse “enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal”.
Em novembro de 2020, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) apresentou ao Ministério Público um requerimento para que a Igreja Universal do Reino de Deus fosse investigada por uma suposta perseguição contra JP Cuenca, já que ele vem sendo processado por pastores da instituição.
JP Cuenca atraiu holofotes e processos para si depois de escrever, no Twitter, que “o brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro foi enforcado nas tripas do último pastor da Universal”, uma paráfrase de um texto do padre Jean Meslier, do século XVIII. Essa publicação resultou, inclusive, em sua demissão da revista DW.
Desde então, o jornalista e escritor passou a ser processado, com mais de 120 ações por danos morais protocoladas em 21 estados. Ao todo, os pedidos de indenização somam mais de R$ 2 milhões.
Em sua defesa, Cuenca diz que sua publicação no Twitter foi “uma sátira de uma metáfora que já foi utilizada por inúmeros autores” e acrescentou que “nunca teve intenção de incentivar qualquer tipo de violência”.
Agora, o MP acatou o requerimento da ABI e abriu um inquérito para investigar se a Igreja Universal é responsável pela iniciativa de pastores de várias regiões do país que foram à Justiça contra JP Cuenca com uma série de processos de injúria.
“Segundo a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), autora da representação que baseou a abertura de inquérito, são 143 ações. Há petições idênticas, o que, para a ABI, indica uma ação orquestrada da Igreja Universal”, resumiu a jornalista Amanda Almeida em nota no jornal O Globo. “Notificada sobre a representação da ABI pelo MPF, a Igreja Universal não se manifestou”, acrescentou a matéria.