“Um casal gay, uma vez convertido, deveria se casar?”. Essa pergunta, feita ao pastor e teólogo John Piper, motivou uma resposta que contextualizou o que é o casamento – instituição criada por Deus – e delineou os motivos que fazem os cristãos não considerarem a união entre pessoas do mesmo sexo como algo semelhante a ela.
Piper vem se dedicando nos últimos anos ao projeto Desiring God, que dentre outras ações, publica um podcast com debates sobre temas bíblicos e assuntos relacionados à vida cristã como um todo na sociedade contemporânea.
“Não, eu não recomendaria que dois homens ou duas mulheres que vivem juntos, praticando a homossexualidade, permaneçam nesse relacionamento”, começou Piper. “As razões são várias”, acrescentou o pastor.
Em sua resposta, Piper explicou que, enquanto os casais heterossexuais podem entrar em um casamento de uma forma que vai contra a Bíblia, eles podem tomar decisões para mudar isso. Quando se trata de uniões homossexuais, eles não podem mudar nada sobre seu relacionamento para movê-lo em uma direção bíblica, porque na base, é errado.
“Concluo que, embora fosse um ato adúltero se casar sob as condições que Jesus desaprova em Lucas 16, no entanto, isso é chamado casamento”, explicou ele. “O casamento é uma questão de fidelidade de aliança entre um homem e uma mulher. Portanto, eu encorajaria esse casal a se arrepender do que fizeram de errado e pedir perdão e consagrar sua união, a qual, embora não devesse ter acontecido, pode, todavia, ser santa diante do Senhor”, acrescentou o pastor.
De acordo com informações do portal FaithWire, Piper continuou a explicar que é impossível consagrar um casamento se não for um casamento em primeiro lugar. Ele argumentou que a união entre dois homens ou duas mulheres não é o casamento gay, porque conceitualmente não se trata de um casamento: “Você não pode consagrar um casamento que não deveria ter acontecido se não for um casamento. A união de dois homens e duas mulheres não é um casamento gay – não é casamento. Eu não gosto da ideia de que tantas pessoas estejam dispostas a usar o termo casamento gay em vez de chamar o assim chamado casamento gay, porque não existe tal coisa no universo como o chamado casamento gay”, enfatizou.
“Essa é a principal razão pela qual um relacionamento pode ser consagrado como um casamento sagrado e o outro não: um é um casamento e o outro não é um casamento – não importa quantas milhares de vezes os legisladores e as leis e juízes e comentaristas de notícias digam que é. Não é. Essa é a primeira diferença”, reiterou o pastor John Piper.
Em seguida, ele acrescentou que a homossexualidade é errada porque, por natureza, é um ato desonroso e vergonhoso: “Em outras palavras, as relações sexuais entre um homem e uma mulher não são, por natureza, desonrosas e vergonhosas”, afirmou, repercutindo a visão de complementaridade que existe no ato sexual entre pessoas de sexo opostos.
John Piper insistiu que não importa quanto arrependimento exista, não se pode transformar um ato desonroso e vergonhoso em “um ato que é santo ou puro ou honrado”. “É por isso que eu encorajaria dois homens ou duas mulheres envolvidas em tais atos a renunciar ao pecado, arrepender-se, pedir perdão em nome de Jesus e não mais fazer qualquer provisão para a carne, como Paulo diz em Romanos 13:14”, encerrou.