A variante ômicron do novo coronavírus tem levado governos ao redor do mundo a considerarem retomar medidas polêmicas, como o confinamento, para tentar impedir o avanço da covid-19. Enquanto isso, igrejas veem o risco de que as celebrações de Natal sejam canceladas.
A Sociedade Bíblica no Reino Unido realizou uma pesquisa com igrejas britânicas e descobriu que mais de um quarto das congregações estão preocupadas com o impacto na saúde mental dos fiéis que as eventuais medidas de confinamento que estão sendo planejadas pelo governo possam causar.
No Reino Unido, o governo fala em uma “onda gigante” de casos de covid-19 por conta da variante ômicron, e por conta disso, o lockdown previsto impedirá, pelo segundo ano consecutivo, as celebrações natalinas nas igrejas e também as ceias de Natal em família.
Nesta segunda-feira, 13 de dezembro, o primeiro-ministro Boris Johnson confirmou a primeira morte no país pela variante ômicron, de acordo com informações do G1.
Na pesquisa da Sociedade Bíblica, um terço das igrejas manifestaram preocupação especificamente sobre a possível perda de mais um Natal, e o que isso significará em novos casos de depressão, ansiedade e outros distúrbios.
Como a pesquisa adotou um escopo mais amplo para entender a atuação das igrejas ao longo de toda a crise causada pela pandemia, o relatório apontou que um quarto das congregações intensificaram cuidados com membros mais vulneráveis financeiramente.
Essas iniciativas incluíram coleta e doação de alimentos, realizada por 10% das igrejas pesquisadas; ajuda financeira direta, oferecida por 10,5% das congregações; e acolhimento a desabrigados, feito por 6%.
Apesar de aumentar o apoio da comunidade, mais da metade das igrejas (52%) disseram ter visto uma queda acentuada no número de pessoas se voluntariando este ano. Isso levou a mais pressão sobre os voluntários existentes e ao cancelamento de alguns eventos.
A pesquisa ouviu mil igrejas no Reino Unido e foi realizada nas últimas duas semanas de novembro. Outro dado é que 87% das congregações estava se preparando para abrir suas portas para o Natal com um culto de louvor, contra 59% no ano passado, quando as medidas de restrição eram mais rígidas em todo o mundo.
Helen Richards, diretora da entidade Ecclesiastical Insurance, comentou as descobertas da pesquisa: “O ano passado foi diferente de qualquer outro para muitos de nós e muitos passaram o Natal sozinhos com restrições que os impediam de visitar a família e amigos. Estou muito feliz em ver que as igrejas se sentem capazes de aumentar suas atividades festivas este ano, proporcionando às comunidades de todo o país uma sensação de normalidade quando há tanta incerteza em torno de novas variantes e restrições sendo impostas”.
“Mais uma vez, mostra como as igrejas locais são importantes para suas comunidades e sei que será um alívio bem-vindo para muitos de nós podermos desfrutar de tudo que a igreja tem a oferecer neste Natal”, finalizou Helen Richards, segundo informações do portal Christian Today.