As Olimpíadas do Rio de Janeiro coroaram o esforço da cristã Yusra Mardini, 18 anos, nadadora síria refugiada que sobreviveu à travessia no Mar Egeu em um barco que quase naufragou.
No Rio de Janeiro, ela integrou uma delegação especial de refugiados, que competiu sob a bandeira do Comitê Olímpico Internacional (COI) e chegou a vencer uma bateria nos 100 metros nado borboleta.
No entanto, o tempo de 1:09,21 registrado no último sábado, 06 de agosto, não foi o suficiente para classifica-la às semifinais da competição, de acordo com informações do site Premier UK.
O feito de Mardini, porém, não se torna menor por isso. Ela superou o fato de que, menos de 12 meses atrás, ela arriscou a vida ao saltar no Mar Egeu e nadar ao lado de outros imigrantes para empurrar a embarcação, e ainda assim veio ao Brasil para competir.
“Eu nadei para sobreviver quando meu barco virou na ida para a Alemanha. Hoje, a natação é que salva a minha vida e me dá a oportunidade de representar não só a bandeira olímpica como o mundo todo”, afirmou Mardini. “Sem nadar eu nunca estaria viva agora”, frisou.
Ela e sua irmã, Sarah, nasceram em uma família cristã na Síria e foram obrigadas a fugir do terrorismo promovido pelo Estado Islâmico na região de Damasco, onde viviam.
A jornada em direção à Europa as levou ao Líbano e posteriormente à Turquia, onde partiram em direção à ilha de Lesbos. Na viagem, o motor do barco quebrou deixando os imigrantes da embarcação à deriva.
A nadadora precisou se jogar nas águas para empurrar a embarcação, em um revezamento com outros imigrantes, por mais de três horas e meia, até que chegassem a um ponto de segurança.