Um escândalo sexual envolvendo a Igreja Católica ganhou um novo capítulo esta semana. O Padre Marcos Roberto Ferreira foi condenado a 33 anos, dois meses e seis dias de prisão em regime fechado pelo crime de estupro de vulnerável, após abusar sexualmente de dois adolescentes, segundo perícia da Polícia Civil.
Os crimes ocorreram em 2017 na paróquia de Pirabeiraba, distrito de Joinville, onde o padre passou a morar depois de atuar em São Francisco do Sul. As vítimas, dois adolescentes de apenas 12 e 13 anos, deram relatos detalhados de como foram atraídos e abusados sexualmente pelo sacerdote católico.
A Diocese de Joinville repudiou veementemente a pedofilia, afirmando que o Padre foi afastado da função na época em que o crime foi descoberto, e que o mesmo também responde a um processo para deixar de ser sacerdote da Igreja Católica.
Preso na Unidade Prisional Avançada (UPA) de São Francisco do Sul desde junho do ano passado, de forma temporária, sua prisão foi convertida para preventiva até o início do cumprimento da nova sentença.
Os adolescentes disseram que foram convidados pelo Padre para conhecer sua casa. Inicialmente o clima era de diversão. Comeram, assistiram filmes, etc. Depois surgiu o convite para dormir na casa do religioso, até então em quartos separados:
“O padre começou a apresentar a casa dele para nós e ele foi mostrar os quartos que a gente ia dormir e depois tomamos café e comemos. Saímos da mesa de janta e fomos assistir a um filme”, declarou uma das vítimas de 13 anos para o NSCTV, segundo informações do G1.
“No meio da noite ele começou a lamber a minha orelha. Eu achei aquilo estranho. (…) Daí ele tava passando a mão na minha barriga, ele tentou mexer no meu pênis e eu tirei a mão dele. (…) Na terceira vez que ele fez força, eu não consegui tirar a mão”, completou.
O pedido de ajuda e a descoberta do abuso sexual
O garoto contou que durante o abuso pensou em ir ao banheiro e lembrou que estava com o celular. Ele utilizou o aparelho para pedir ajuda ao pai, que foi até o local e descobriu tudo através dos relatos do filho:
“Eu estava fazendo força para tirar a mão dele. Depois eu me virei com o corpo para o lado para… para… para ele parar de mexer no meu pênis. Daí depois disso… eu falei que precisava ir no banheiro e, sem ele ver, eu fui com o meu celular”, disse a vítima.
O adolescente contactou o pai por mensagens de um aplicativo, enquanto estava no banheiro.
A mãe da outra vítima disse que, segundo o filho, o Padre cometia o abuso sexual na forma de “brincadeira”, uma prática comum de pedófilos para tentar seduzir e distrair as vítimas das suas verdadeiras intenções criminosas:
“Ele contou que tinha umas brincadeiras que ele achava estranhas, que ele não gostava e não se sentia confortável que era do padre querer ficar pegando no pênis, mas era como se fosse uma brincadeira. Perguntando o tamanho do pênis, de quem tinha o pênis maior”, disse ela.