Um tenente-coronel da Polícia Militar que atua como padre e capelão foi preso sob a acusação de desviar os dízimos dos fiéis que frequentam a Paróquia de Santo Expedito, na Luz, região central de São Paulo.
Osvaldo Palópito, capelão reformado da PM e tenente-coronel, poderá ser excomungado pela Igreja Católica e deixar de receber a aposentadoria da corporação, caso as acusações sejam comprovadas.
O secretário de Segurança Pública do estado, Alexandre de Moraes, afirmou que o religioso é acusado de vários crimes militares, como abandono de serviço, prevaricação e peculato, além de improbidade administrativa.
“Esse capelão praticou vários crimes, mas não em relação ao dinheiro público. O dinheiro que ele subtraída era da igreja, era o dinheiro dos fiéis, era o dízimo que ele subtraía para ele”, disse Moraes, após participar de cerimônia de formatura de soldados da PM.
De acordo com informações do G1, Palópito havia se aposentado em janeiro deste ano, e agora deverá ser expulso da PM, o que acarretaria na perda do benefício. “O inquérito policial militar está sendo concluído para que imediatamente ao processo administrativo possa ser julgado e ele seja expulso, ou seja, como ele é da reserva ele será expulso e terá a aposentadoria cassada”, informou o secretário.
A Secretaria de Segurança Pública já comunicou os fatos à Igreja Católica, e a denominação deverá iniciar um processo “para que ele seja excomungado”, ressaltou Moraes.
Uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo veiculada em fevereiro informou que o padre era investigado pelo desvio de R$ 2 milhões da Capelania Militar.
Com o surgimento desse escândalo, a Polícia Militar extinguiu o cargo de capelão no início deste ano, quando Palópito se aposentou. A decisão foi tomada pelo comandante da PM Ricardo Gambaroni, em conjunto com Moraes: “Nós conversamos sobre a desnecessidade desse cargo de capelão da polícia, até em virtude da pluralidade religiosa”, disse o secretário.