Um homem se tornou uma espécie de “prisioneiro de consciência” no Canadá, depois que ele se referiu à filha biológica como menina durante uma audiência no tribunal. A criança, de 14 anos, se identifica como transgênero e a mãe, que é separada do pai, apoia o processo de transição de gênero.
Robert Hoogland foi preso por desacato ao tribunal após expressar objeções à prescrição de testosterona à sua filha adolescente como parte de uma transição experimental de gênero, e teve sua fiança negada e não deve ser libertado antes de abril.
Fontes próximas aos envolvidos relataram que Robert Hoogland, da Colúmbia Britânica, teve sua fiança negada durante o processo judicial na última sexta-feira, 19 de março, quando seu advogado pediu que o mandado de prisão fosse anulado e que ele fosse libertado porque a detenção é ilegal.
O mandado foi emitido no início deste mês e Hoogland foi preso na terça-feira passada por revelar publicamente sua identidade, algo que a Justiça do Canadá o havia proibido de fazer. Nos autos do processo, ele é referido pela sigla “CD”.
De acordo com informações do portal The Christian Post, há muito tempo o pai se opõe à transição de gênero medicamentosa, que inclui o uso de hormônios do sexo oposto, que sua filha está se submetendo.
Segundo relatos, sua filha sofreu de vários problemas complexos, todos atribuídos à confusão de gênero. Ela foi encaminhada para uma unidade de endocrinologia em um hospital local por recomendação do psicólogo Wallace Wong, um conhecido defensor da ideologia de gênero.
A prisão
O tribunal puniu Hoogland por violar uma ordem que exigia que sua identidade permanecesse escondida do público. O nome do pai aparece em uma plataforma de doações, que violou a ordem judicial. Hoogland foi avisado de que se seu nome não fosse removido da página antes de seu julgamento, então as coisas “não iriam bem para ele”.
No entanto, o tribunal negou o pedido de Hoogland de ser libertado por dois dias para que ele pudesse remover seu nome da página onde arrecada doações para custear seus advogados e de outros sites usando seu computador doméstico.
Um julgamento de cinco dias para Hoogland por uma acusação de desacato semelhante, mas separada, está programado para começar em 12 de abril. Durante esse julgamento, Hoogland deve ter permissão para compartilhar seu lado da história sem ser limitado por ordens que restringem sua liberdade de expressão, de acordo com fontes.
Embora ele não quisesse contrariar a Justiça, Robert Hoogland estava ciente de que, por causa de seus esforços para proteger o bem-estar de sua filha, isso era inevitável, dizem as pessoas próximas ao assunto.
Em uma decisão do tribunal de janeiro último, os juízes do caso escreveram que sua recusa em concordar com a “identidade de gênero” de seu filho era “problemática” e que havia causado “dor significativa” que “resultou em uma ruptura do que ambas as partes referem-se a um relacionamento amoroso entre pais e filhos”.
Autoritarismo
Na semana passada, o advogado do pai argumentou que a posição do governo canadense de mantê-lo sob custódia policial com o conhecimento prévio de que um julgamento não seria realizado especificamente sobre a prisão de 16 de março é um abuso de suas liberdades sob a Carta Canadense de Direitos e Liberdades, particularmente o direitos legais presentes na Lei da Constituição de 1982.
O advogado que trabalha em nome do procurador-geral da Colúmbia Britânica respondeu, tanto em audiência pública quanto oficialmente, informando ao advogado de Hoogland que nunca houve qualquer intenção de prosseguir com um julgamento em relação às acusações de prisão e desacato criminal contra Hoogland.
O advogado de Hoogland comentou a declaração do procurador-geral que a decisão consciente de violar suas liberdades estatutárias “é a própria definição de arbitrário” e a iniciativa de “obter um mandado de um juiz da Suprema Corte sem avisar que não havia intenção de ter um julgamento, [foi feita] para enganar o tribunal”.
A mídia canadense está supostamente proibida de usar o nome de Hoogland em sua cobertura na tentativa de proteger a identidade de sua filha, que supostamente tem 15 anos.
Em resposta à prisão de Robert Hoogland, o escritor e filósofo Jordan Peterson – famoso por se opor à lei canadense sobre a ideologia de gênero, conhecida pela sigla C-16 –, usou o Twitter para comentar o caso: “Isso nunca poderia acontecer, disseram aqueles que classificaram minha posição contra Bill C16 como alarmista. Li a lei e vi que, ao contrário, era inevitável”, protestou.