A guerra de Israel contra o Hamas poderá resultar em uma conversão em massa de muçulmanos palestinos que vivem na Faixa de Gaza sob a opressão da organização terrorista. Essa é a opinião de um antigo extremista da região que já foi integrante de organizações políticas da região.
Taysir “Tass” Abu Saada, 73 anos, foi integrante do partido político Fatah – opositor do Hamas – e da Organização para a Libertação da Palestina antes de sua conversão ao Evangelho. Nos anos 1990, ele se rendeu a Jesus Cristo e abandonou o extremismo.
Em entrevista ao jornalista israelo-americano Joel C. Rosenberg, Saada afirmou que a escala de violência e destruição que assola o Oriente Médio “não é normal”, o que em sua visão seria uma indicação de que o “fim dos tempos” se aproxima rapidamente.
Nascido em Gaza, Saada prepara-se para regressar à cidade após o fim da guerra para fazer parte da “colheita”: “O Hamas é uma ideologia que está espalhada entre muitas pessoas, não apenas na Faixa de Gaza, mas em todo o mundo. No entanto, Deus tem um plano. E acredito que o plano dos árabes e dos judeus também faz parte disso, e é aí que está a minha esperança”.
A lembrança de ter participado e derrotado em guerras contra Israel nos anos 1960 ainda é forte para Saada, que escreveu um livro voltado para muçulmanos, em que relata sua luta pelo Fatah sob o comando de Yasser Arafat.
Em 1974, Saada viajou para os Estados Unidos, onde se casou com uma americana e conheceu um cristão chamado Charlie, que acabaria por compartilhar o Evangelho com ele após 19 anos de amizade, em 1993.
Foi de Charlie que ele ouviu uma verdade franca: se quisesse ter paz de espírito, precisava “amar os judeus”. A afirmação contundente foi um choque para Saada: “Eu congelei completamente e perguntei a ele como ele poderia pensar em tal coisa – amar os judeus? Ele sabia que eu os odiava. Para mim, como para a maioria dos árabes, um bom judeu era um judeu morto”.
Saada disse que ficou assustado e relutante quando Charlie abriu o Novo Testamento para ler João 1:1 para ele, mas lembrou que assim que Charlie leu o versículo sobre a divindade de Jesus Cristo, ele começou a tremer violentamente antes de desmaiar.
Quando recuperou a consciência depois de passar por uma experiência sobrenatural durante a qual Jesus lhe apareceu sob uma luz brilhante, ele imediatamente entregou sua vida a Ele. Como resultado do próprio testemunho, sua esposa e seu filho também se tornaram cristãos.
Em 2003, Saada regressou a Israel sabendo que seria preso porque sentiu que Jesus o chamou a confessar os seus pecados violentos aos israelenses, bem como a sua mudança de atitude. Após 14 horas de interrogatório, um coronel israelense permitiu que ele fosse liberado.
Na entrevista a Joel C. Rosenberg, Saada se emocionou ao relembrar o momento em que contou a seu interrogador, um soldado israelense fortemente armado, que já havia lutado contra Israel sob comando de Yasser Arafat, mas que desde então se tornou cristão e queria orar por ele. O soldado começou a chorar e pediu para abraçá-lo, disse ele.
Desde que se tornou cristão, Saada e sua família fundaram a Hope for Ishmael, uma organização evangélica para muçulmanos e a Seeds of Hope, uma organização humanitária sem fins lucrativos que fornece ajuda essencial a pessoas em condição de miséria no Oriente Médio, segundo informações do portal The Christian Post.
Ao final, Saada declarou que muitos muçulmanos na região estão encontrando Jesus em sonhos e que missionários na região, com quem conversa, estão pregando aos palestinos em Gaza e acreditam que a colheita espiritual “será enorme” ao final da guerra: “É por isso que estou de volta à Terra Santa, para me mudar para a Faixa de Gaza e participar na reconstrução. Acredito que com toda a destruição, com tudo o que aconteceu, com as dificuldades pelas quais os palestinos passaram, eles não podem ficar sentados, mas perguntarão: ‘Por quê?’. Deus vai fazer muito trabalho e quero fazer parte disso”.