Quando assumiu a liderança da igreja católica, no início de 2013, o papa Francisco tem chamado a atenção por adotar uma postura simples e austera, renunciando aos luxos do Vaticano como apartamentos suntuosos e carros de luxo. O papa instruiu também os outros religiosos da igreja a adotarem tal postura, reforçando a mensagem de “uma Igreja pobre a serviço dos pobres”.
Porém, a política adotada pelo papa Francisco tem sido ignorada por cardeais como Tarcisio Bertone, que foi secretário de Bento XVI e em Maio irá se mudar para uma cobertura de luxo com 700 metros quadrados. Segundo o jornal italiano “La Repubblica”, Bertone uniu dois apartamentos no último andar do Palácio de São Carlos, criando assim uma cobertura de 700 metros quadrados, cem deste em um espaçoso terraço.
Em comparação, o apartamento em que papa vive, lado da Casa de Santa Marta, tem apenas 70 metros quadrados.
Bertone argumenta a necessidade de tal espaço afirmando que três freiras que o assessoram desde 2006, quando assumiu o posto de número dois do Vaticano, vão acompanhá-lo na nova moradia.
O jornal espanhol El País a postura adotada por Bertone tem irritado o papa Francisco, que advertiu os cardeais e outros membros da igreja durante a missa de Páscoa, na Quinta-feira Santa, afirmando que os sacerdotes não devem ser “untuosos, suntuosos e presunçosos”, mas sim, ter “a pobreza como uma irmã”.
Além de Bertone, outros cardeais tem também ignorado as advertências do papa em relação à pobreza e vivem em amplos apartamentos de luxo do Vaticano, que tem um patrimônio imobiliário avaliado em cerca de 2 bilhões de euros. Um deles é o chefe da Gendarmeria, Domenico Giani, que está terminando a reforma do seu apartamento com vista para a Via di Porta Angelica. No imóvel foi construído um novo andar, com três janelas e duas grandes vidraças, às quais se acrescentam dois banheiros com banheira de hidromassagem e um terraço.
Por Dan Martins, para o Gospel+