O papa Francisco falou sobre seu temor de uma nova Guerra Mundial desencadeada pela intolerância e perseguição religiosa contra cristãos.
“A Segunda Guerra Mundial está sobre nós”, disse o papa no último domingo, 12 de abril, durante homilia no Vaticano, fazendo referência ao fato de que, assim como no século passado, hoje os países se reúnem para combater as barbáries e genocídios de um inimigo comum, que agora é o extremismo islâmico.
Francisco exortou os cristãos a proclamarem a sua fé sem medo, sem se preocupar com as consequências: “O caminho da Igreja é a abertura, para falar francamente, com liberdade”, disse, após ler passagens do livro de Atos dos Apóstolos, quando o Espírito Santo desceu sobre os cristãos e encorajou-os a proclamar a boa nova.
“Podemos falar abertamente agora do que temos visto e ouvido Jesus fazer”, disse, antes de acrescentar que evangelizar continua sendo um desafio: “Ainda hoje, a mensagem da Igreja é a mensagem da abertura no caminho da coragem cristã. Estes dois apóstolos, Pedro e João, como diz a Bíblia, descobriram que tinham a coragem, sem ter que ser dito o que fazer. A Bíblia transmite isso em palavras simples, traduzido como ‘coragem’ ‘, a abertura, a ‘liberdade de falar’, e ‘não ter medo’ de dizer o que sentia. Mesmo no original, a Bíblia tem muito significado, com a garantia simples, que todos os nossos medos passarão quando encontrarmos a coragem de expressar a nossa fé em Cristo abertamente”, instou o papa.
Lembrando do 100º aniversário do massacre perpetrado por turcos contra cristãos armênios em 1915, o papa explicou que mais uma vez estamos vendo “crimes hediondos cometidos contra os cristãos diariamente em massacres sangrentos, e a loucura de destruição”. A lembrança feita por Francisco desse episódio causou alvoroço na Turquia.
O pontífice católico observou que, embora não declarado, o mundo já vive em clima de belicosidade: “Eu temo que já estejamos na Terceira Guerra Mundial”, disse. “Diariamente ouvimos os gritos abafados de nossos irmãos e irmãs que são mortas com violência inimaginável. Estes mártires, simplesmente porque eles acreditam em Jesus Cristo, ou por causa de sua etnia, são forçados a abandonar as suas terras ou são assassinado horrivelmente – decapitados, crucificados, e queimados vivos”, acrescentou, lembrando dos crimes do Estado Islâmico na Síria e Iraque.
“A mensagem não é que devemos fazer proselitismo de nossa fé como se estivéssemos envolvidos em publicidade para levar os outros a se juntarem a nós em nossa sociedade espiritual”, pontuou o papa. “Não, isso não vai funcionar, pois não é verdadeiramente cristão. O que é cristão é ter a coragem de proclamar Jesus Cristo, como Cristo explicou ‘no diálogo misterioso’ com o fariseu Nicodemos, a coragem de ser ‘nascido de novo’, através da ação do Espírito Santo. O caminho da coragem cristã é o caminho de proclamar o nosso espanto ao ouvir a palavra de Jesus Cristo, que mantém viva a nossa fé e avançar”, distinguiu o papa, segundo informações do WND.