Como resultado de uma longa votação que durou seis emanas, o Partido Bharatiya Janata (BPJ), também conhecido como Partido do Povo Indiano, conseguiu se reeleger, mantendo o primeiro-ministro Narendra Modi em seu cargo de poder na Índia, o que preocupa os cristãos.
A vitória de Narendra, no entanto, não era o que os cristãos indianos esperavam. A razão disso é porque o Partido Bharatiya Janata (BPJ) vem sendo apontado como responsável pelo acirramento dos discursos ultranacionalistas na Índia.
Isto significa, na prática, que doutrinas religiosas como o cristianismo são vistas como ameaças ao povo indiano. Por causa disso, o número de casos envolvendo perseguição religiosa aos cristãos tem aumentado consideravelmente na Índia nos últimos anos.
“Desde que chegou ao poder em 2014, o BJP e Narendra supervisionaram um aumento dramático na intolerância e na violência por motivos religiosos”, informa a organização International Christian Concern (ICC).
O dr. Paul R.T. Maran, bispo da Diocese Apostólica Nacional da Índia, confirmou à ICC no início do mês que “a questão número um nesta eleição para os cristãos é a segurança”, visto que é cada vez maior o risco da Índia instituir leis contra a liberdade religiosa no país, além das que já existem proibindo a conversão religiosa.
“Esta eleição é como uma situação ‘faça ou morra’. Se o BJP chegar ao poder, os cristãos não serão tratados como cidadãos iguais porque seu objetivo é estabelecer uma Índia hindu”, disse ele.
“A [volta] de [Narandra] Modi provavelmente resultará em maior impunidade para aqueles que atacam e difamam as minorias religiosas”, disse Vijayesh Lal, secretário-geral da Comunhão Evangélica da Índia (EFI, em inglês), para a ICC.
Segundo a EFI, houveram 147 ataques violentos contra a comunidade cristã da Índia em 2014, quando o partido de Narandra chegou ao poder. Em 2018, apenas quatro anos depois, esse número aumentou para 325.
“A Índia foi polarizada com sucesso ao longo de linhas religiosas e étnicas”, disse Lal, destacando que “a situação das minorias na Índia não vai melhorar porque o dano já foi feito desde a sua raiz” cultural.