O pastor da antiga igreja do presidente dos EUA, Barack Obama, em Chicago, Otis Moss 3º, se declarou recentemente a favor do casamento gay. Criticando lideres cristãos que atacaram o presidente por apoiar tal iniciativa, ele chegou a comparar a indignação da comunidade cristã com o casamento de pessoas do mesmo sexo ao escândalo que era, há alguns anos, o casamento entre pessoas negras e brancas. “É uma decisão puramente privada”, defende.
Em uma entrevista para a “Spiegel Online”, o pastor criticou os ministros evangélicos que se opõe ao casamento gay e afirmou que não é o matrimonio entre homossexuais que está destruindo a instituição do casamento. “O que de fato está destruindo o casamento é o desemprego elevado, o encarceramento, a falta de ensino e ministros vivendo em contradição, onde falam sobre santidade, mas vivem em adultério”, ressaltou.
Ele disse ainda que a oposição ao casamento gay não veio das congregações, mas foi um movimento exclusivo entre os pastores. “Muitos pastores negros foram educados em escolas evangélicas. Eles foram ensinados que é preciso se posicionar contra isso em particular. Mas as congregações meio que deram de ombros”, afirmou.
Questionado sobre o apoio que prestou ao presidente quando ele foi fortemente criticado por pastores da Convenção Batista, por dizer que apoia o casamento gay, Moss explicou: “Eu disse que deveríamos dar apoio ao presidente e apoiar os direitos de todos na democracia pluralista que chamamos de amor. E nós vivemos nossa fé; nós não legislamos nossa fé”.
Quando o repórter o perguntou qual parte das escrituras que o leva a apoiar o casamento gay, o pastor imediatamente citou o trecho de João 3:16 que diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça”.
Questionado sobre a participação desses pastores em protestos sobre outras questões sociais, Moss criticou: “A maioria dos pastores que protestaram nunca se manifestou contra o racismo, qualquer tipo de injustiça ou brutalidade policial. Eles nunca fizeram nenhuma declaração sobre o atendimento de saúde. Muitos deles permanecem em silêncio sobre questões comunitárias. Eles são calados, mas agora se tornaram líderes desse movimento em particular”.
Fonte: Gospel+